Ajudados
pelo Márcio Duarte, um companheiro experimentado nestas andanças, o Luís Matos
e o Rui Santos iniciaram as suas jovens pastoras alemães vermelhas nas induções
defensivas e ofensivas, ao cair da tarde e num lugar batido pela nortada. O
aproveitamento de ambas foi quase automático e ainda fizeram alguns estragos.
Alguém havia dito ao proprietário da Dharma, que cadelas daquela qualidade,
assumem à primeira a investidura guardiã, como veio a suceder. Como não podia
deixar de ser, o Márcio levou para casa algumas marcas e alguém ficou com as
calças de montar furadas num sítio pouco conveniente. Ossos do ofício, marcas
de valentia, momentos para mais tarde recordar. As cadelas mostraram grande
apego aos donos, forte instinto de presa e rara obediência. Na próxima sessão,
sem grande dificuldade, alcançarão os ataques lançados, porque perseguem bem e
entendem o que se espera delas.
Ainda
que outros procedam doutro modo e se valham de diferentes meios ou subsídios,
segundo as suas prerrogativas e aspirações, nós desenvolvemos estes trabalhos a
partir da cumplicidade existente entre donos e cães, o que obriga os primeiros
à concentração para o acerto nas acções. Um dos aspectos a considerar é o modo
de instalação daqueles comandos específicos, que a princípio não dispensa o
apoio dos donos. Na fase inicial, as ordens a dar aos cães deverão ser dadas
numa entoação calma e segura, para que a cumplicidade surta efeito e os cães
não se assustem, jamais debaixo de gritaria ou aos repelões, normalmente
responsáveis pela insegurança dos animais e pelo desprezo daquelas acções,
apesar de caber à “cobaia” a maior fatia do sucesso. Confiantes na segurança
que os donos lhe oferecem, os cães rapidamente aprenderão a defendê-los, a
perseguir e capturar os intrusos, dispensando depois, o uso da trela e a
presença “in loco” dos donos. No final dos trabalhos, o Márcio exclamou: “ foi
um dia bem passado!”.
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