quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

AS CRIANÇAS, O CHOCOLATE E OS CÃES

Nesta época festiva, hoje assombrada pelo empobrecimento das famílias, pelo desabar da classe média, pelo endividamento dos pais, pelo desemprego e pelo aumento do número de crianças e jovens no limiar da pobreza (valha-nos o “santo” Banco Alimentar Contra a Fome e outros organismos de solidariedade), há que ter muito cuidado com as crianças, o chocolate e os cães, porque elas gostam de repartir e os seus companheiros são gulosos. O chocolate, quando consumido em doses moderadas, por ter propriedades diuréticas, estimular o coração e funcionar como um vasodilatador, faz-nos muito bem. No entanto, ele é extremamente tóxico para os cães e dependendo da quantidade ingerida, da idade e peso dos animais, pode-lhes ser fatal, sendo que 200g de chocolate culinário bastam para vitimar um Labrador.
O Chocolate, para além da cafeína, que também contribui para o quadro da intoxicação, contém um alcalóide designado por Teobromina, extremamente nocivo e tóxico para os cães. Os sinais de intoxicação por chocolate, que tardam por norma mais de 12 horas a aparecer, são: excitação, nervosismo, vómitos, diarreia, espasmo e exagerado consumo de água, para além de poliúria, excitação, tremores, taquicardia ou bradicardia, febre, respiração acelerada, convulsões, hemorragia intestinal e coma, estes últimos nos casos mais graves e resultantes de maior quantidade ingerida. A Teobromina depois de ingerida, pode permanecer activa no corpo dos cães por mais de 24 horas e demorar até 6 dias para ser excretada pelo fígado. Se suspeitar que o seu cão comeu chocolate, leve-o imediatamente ao veterinário e prepare-se para o deixar lá, no mínimo, 24 horas em observação. Se a ingestão tiver acontecido até 3 horas antes, a indução do vómito poderá resolver o problema, caso contrário, porque não existe um tratamento específico para a intoxicação por chocolate, o clínico ver-se-á obrigado a proceder a uma lavagem estomacal e a um tratamento suporte com base na correcção dos electrólitos e na hidratação do animal.
Sabendo-se da predisposição das crianças e da gula dos cães, o melhor é separá-los uns dos outros na hora das refeições e da distribuição das guloseimas, para que o ambiente de festa não se venha a transformar numa tragédia, medida que se torna obrigatória para aqueles que, indevidamente, alimentam os seus cães quando se encontram sentados à mesa. Infelizmente, todos os anos nesta época festiva, muitos cães acabam intoxicados por chocolate. Previna-se, separe o seu cão e livre-o das tentações!

Sem comentários:

Enviar um comentário