Nesta
época festiva, hoje assombrada pelo empobrecimento das famílias, pelo desabar
da classe média, pelo endividamento dos pais, pelo desemprego e pelo aumento do número de
crianças e jovens no limiar da pobreza (valha-nos o “santo” Banco Alimentar
Contra a Fome e outros organismos de solidariedade), há que ter muito cuidado
com as crianças, o chocolate e os cães, porque elas gostam de repartir e os
seus companheiros são gulosos. O chocolate, quando consumido em doses
moderadas, por ter propriedades diuréticas, estimular o coração e funcionar
como um vasodilatador, faz-nos muito bem. No entanto, ele é extremamente tóxico
para os cães e dependendo da quantidade ingerida, da idade e peso dos animais,
pode-lhes ser fatal, sendo que 200g de chocolate culinário bastam para vitimar
um Labrador.
O Chocolate, para além da cafeína, que também
contribui para o quadro da intoxicação, contém um alcalóide designado por
Teobromina, extremamente nocivo e tóxico para os cães. Os sinais de intoxicação
por chocolate, que tardam por norma mais de 12 horas a aparecer, são:
excitação, nervosismo, vómitos, diarreia, espasmo e exagerado consumo de água,
para além de poliúria, excitação, tremores,
taquicardia ou bradicardia, febre, respiração acelerada, convulsões, hemorragia
intestinal e coma, estes últimos nos casos mais graves e resultantes de maior
quantidade ingerida. A Teobromina depois de ingerida, pode permanecer activa no
corpo dos cães por mais de 24 horas e demorar até 6 dias para ser excretada
pelo fígado. Se suspeitar que o seu cão comeu chocolate, leve-o imediatamente
ao veterinário e prepare-se para o deixar lá, no mínimo, 24 horas em observação. Se a
ingestão tiver acontecido até 3 horas antes, a indução do vómito poderá
resolver o problema, caso contrário, porque não existe um tratamento específico
para a intoxicação por chocolate, o clínico ver-se-á obrigado a proceder a uma
lavagem estomacal e a um tratamento suporte com base na correcção
dos electrólitos e na hidratação do animal.
Sabendo-se da predisposição das crianças e da gula dos cães, o melhor é
separá-los uns dos outros na hora das refeições e da distribuição das
guloseimas, para que o ambiente de festa não se venha a transformar numa
tragédia, medida que se torna obrigatória para aqueles que, indevidamente,
alimentam os seus cães quando se encontram sentados à mesa. Infelizmente, todos
os anos nesta época festiva, muitos cães acabam intoxicados por chocolate.
Previna-se, separe o seu cão e livre-o das tentações!
Sem comentários:
Enviar um comentário