José Sócrates, que foi 1º Ministro de Portugal de
12 de Março de 2005 a
21 de Junho de 2011 e Secretário-Geral do Partido Socialista Português de
Setembro de 2004 a
Julho de 2011, acusado de fraude fiscal qualificada, corrupção e branqueamento
de capitais, encontra-se em prisão preventiva e a aguardar julgamento no
Estabelecimento Prisional de Évora, desde a última Terça-feira, dia 25 de
Novembro, onde é o recluso nº 44.
A detenção e a prisão preventiva do ex-1º Ministro
apanharam o País e o Mundo de surpresa. Primeiro houve um silêncio absurdo e
depois um bate-boca infindável, mais nos meios de informação do que na rua,
porque o português é tradicionalmente reservado a expressar as suas opiniões e
pouco disposto a discutir as suas convicções. As opiniões sobre o sucedido
dividem-se e os políticos têm mostrado alguma cautela na abordagem do assunto
(já há quem se interrogue acerca de quem será o próximo a ir para o chilindró).
Grande número de brasileiros, ao tomar conhecimento do sucedido a Sócrates, bem
que gostaria de ver também na prisão uma série infindável de políticos
corruptos. Com isto, não estamos a afirmar que José Sócrates o é, porque só os
tribunais o poderão inocentar ou condenar.
As
opiniões divergem e a discussão é acalorada, todos os dias surgem novas achas
para a fogueira e notícias reveladoras ou contraditórias. Uns dizem que a
justiça tardou e outros que o ex-1º Ministro foi vítima do judicialismo, há
quem reclame a sua libertação, quem tenha sede de vingança e quem diga que a
prisão de Sócrates é um acto de maturidade da nossa democracia. Ouvimos dum indivíduo
ligado à hotelaria, socrático e socialista convicto, que a prisão do homem
obedeceu a uma cabala, para lhe rebentar a carreira política e impedi-lo de chegar
à Presidência da República, opinião sensível à de Mário Soares (Presidente da
República de 1986 a
1996, 1º Ministro dos I, II e IX Governos Constitucionais e Secretário-Geral do
PS de 1973 a
1986), que entende a prisão de Sócrates como um acto perpetrado por malandros.
À parte
disto, a prisão preventiva do ex-1ºMinistro é um duro revês para o PS e para as
suas aspirações políticas, que mancha a dignidade dos políticos da 3ª República
Portuguesa e que aumenta a distância entre os eleitores e a actual classe
política, por vezes popularmente identificada “como filhos da mesma porca”,
face aos múltiplos escândalos e à austeridade a que nos votou. Certo, certo, é
que o “Zé” é o recluso nº 44 do Estabelecimento Prisional de Évora. Aguardam-se
as próximas cenas deste triste, vergonhoso e lamentável episódio da nossa
história. Contudo, se os crimes de que é acusado José Sócrates, forem provados,
estaremos mais uma vez a dar novos mundos ao Mundo, direcções que os islandeses
já tomaram e que maioria dos portugueses desconhece.
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