quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

NÓS POR CÁ: O ZÉ É O 44!

José Sócrates, que foi 1º Ministro de Portugal de 12 de Março de 2005 a 21 de Junho de 2011 e Secretário-Geral do Partido Socialista Português de Setembro de 2004 a Julho de 2011, acusado de fraude fiscal qualificada, corrupção e branqueamento de capitais, encontra-se em prisão preventiva e a aguardar julgamento no Estabelecimento Prisional de Évora, desde a última Terça-feira, dia 25 de Novembro, onde é o recluso nº 44. A detenção e a prisão preventiva do ex-1º Ministro apanharam o País e o Mundo de surpresa. Primeiro houve um silêncio absurdo e depois um bate-boca infindável, mais nos meios de informação do que na rua, porque o português é tradicionalmente reservado a expressar as suas opiniões e pouco disposto a discutir as suas convicções. As opiniões sobre o sucedido dividem-se e os políticos têm mostrado alguma cautela na abordagem do assunto (já há quem se interrogue acerca de quem será o próximo a ir para o chilindró). Grande número de brasileiros, ao tomar conhecimento do sucedido a Sócrates, bem que gostaria de ver também na prisão uma série infindável de políticos corruptos. Com isto, não estamos a afirmar que José Sócrates o é, porque só os tribunais o poderão inocentar ou condenar.
As opiniões divergem e a discussão é acalorada, todos os dias surgem novas achas para a fogueira e notícias reveladoras ou contraditórias. Uns dizem que a justiça tardou e outros que o ex-1º Ministro foi vítima do judicialismo, há quem reclame a sua libertação, quem tenha sede de vingança e quem diga que a prisão de Sócrates é um acto de maturidade da nossa democracia. Ouvimos dum indivíduo ligado à hotelaria, socrático e socialista convicto, que a prisão do homem obedeceu a uma cabala, para lhe rebentar a carreira política e impedi-lo de chegar à Presidência da República, opinião sensível à de Mário Soares (Presidente da República de 1986 a 1996, 1º Ministro dos I, II e IX Governos Constitucionais e Secretário-Geral do PS de 1973 a 1986), que entende a prisão de Sócrates como um acto perpetrado por malandros.
À parte disto, a prisão preventiva do ex-1ºMinistro é um duro revês para o PS e para as suas aspirações políticas, que mancha a dignidade dos políticos da 3ª República Portuguesa e que aumenta a distância entre os eleitores e a actual classe política, por vezes popularmente identificada “como filhos da mesma porca”, face aos múltiplos escândalos e à austeridade a que nos votou. Certo, certo, é que o “Zé” é o recluso nº 44 do Estabelecimento Prisional de Évora. Aguardam-se as próximas cenas deste triste, vergonhoso e lamentável episódio da nossa história. Contudo, se os crimes de que é acusado José Sócrates, forem provados, estaremos mais uma vez a dar novos mundos ao Mundo, direcções que os islandeses já tomaram e que maioria dos portugueses desconhece.

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