Toda a
gente sabe e se não sabe, deveria saber, que o Pastor Belga Groenendael é um
cão próprio para prados e vales, que as vacas e ovelhas não pastam nos matos e
que só as cabras lá vão à falta de melhor. Os caçadores experimentados sabem
que não devem usar cães lanudos e de franjas em matos cerrados, porque
invariavelmente ficam lá presos e entram em exaustão, vindo a necessitar de
socorro. O pé-de-lebre canino não é adequado para pisos irregulares e de
diferente compactação, sendo próprio para terrenos mais regulares e uniformes,
o que permite aos seus portadores atingirem maior velocidade sem a ocorrência
de riscos. Os galgueiros nacionais, particularmente os da “corrida à pele”,
aprenderam a duras penas, que os galgos importados sofrem horrores nos nossos
terrenos, porque são mais duros e irregulares, quando comparados com os que
estavam habituados.
Apesar
disto, porque ninguém isenta qualquer pateta de dar conselhos, aconselharam um
proprietário dum Groenendael a levá-lo para o mato, como se a raça fosse de
pêlo curto, ostentasse grande envergadura, tivesse pé-de-gato ou apresentasse
cascos fendidos. Não correrá o cão sérios riscos de lesão? No Verão e no
Outono, não carregará no seu manto toda a sorte de espigas, espinhos, ouriços e
demais lixos, capazes de se infiltrarem nas suas narinas e de lhe rasgarem a
pele? E no Inverno, não se desequilibrará diante da irregularidade dos pisos? E
isto para já não se falar de toda a sorte de infestações a que se encontra
sujeito, porque já não é primeira vez que, cães vacinados contra a
piroplasmose, vêm a contrair a doença? Os laboratórios actualizarão as estirpes
das vacinas? Como sabemos, há gente que, quando abre a boca, ou entra mosca ou
sai asneira!
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