No
bairro de Eggeloge, na cidade alemã de Westerstede, capital do distrito de
Ammerland, no estado de Niedersachsen, um homem de 82 anos viu-se privado da
sua cadela de 5 meses, uma Collie chamada Tessa, por denúncia de um consultório
veterinário que enviou à casa do octogenário um veterinário oficial, profissional
que concluiu não se encontrar a cadelinha em boas mãos atendendo à saúde do seu
dono e à falta de condições da sua casa, razões que segundo ele impediam que a
cachorrinha Collie fosse mantida apropriadamente de acordo com a sua espécie.
Tendo em conta este parecer, funcionários do consultório veterinário recolheram
a cachorra e classificaram-na como abandonada. O homem de 82 anos teve
oportunidade de responder a vários requisitos para reaver a cadela num período
de 14 dias, o que incluía passeios regulares, treino numa escola canina e
proceder à limpeza da sua casa. Nessas duas semanas, a Collie apresentou
sintomas de displasia coxo-femoral, estendendo-se os 14 dias para o dobro, que
obrigavam o seu dono a levá-la a sessões de fisioterapia.
Apesar
do apoio e assistência jurídica, o homem de 82 anos não conseguiu cumprir com
as condições exigidas, o que levou o Tribunal Administrativo de Oldenburg a
tornar definitivo o parecer do consultório veterinário – o confisco da
cachorrinha – agora entregue entregue a um novo dono, para desespero do seu
anterior proprietário, que adorava o jovem animal e que segundo ele lhe
“devolveu a alegria de vida”. Muito embora tenha tido Collies ao longo de
décadas e de ser um dono experiente, o octogenário jamais poderá recuperar a
sua Tessa!
Sentenças judiciais idênticas à pronunciada neste caso pelo Tribunal Administrativo de Oldenburg continuarão a suceder-se, mas não por muito tempo, somente até o bem-estar de donos e cães ser finalmente respeitado na íntegra, considerando a grande importância que os cães podem representar para os seus donos idosos e o sentimento territorial canino, sem dúvida um dos pilares da sua comodidade e bem-estar, sendo o outro a existência do seu líder. A troca de liderança e território, malogrados todos os esforços, carecem de adaptação e podem deixar marcas, induzir os cães à insegurança e à desconfiança através de comportamentos extremados. Terá a Tessa ido para melhor? Penso que o facto da cachorra ainda não ter atingido a maturidade sexual irá contribuir para o seu processo de adaptação. Contudo, quiçá momentaneamente ou para sempre, ela recordará o seu antigo dono e poderá até encetar fugas na esperança de reencontrá-lo. Não duvido que brevemente se generalize um serviço domiciliar para valer aos cães dos idosos, próprio para evitar a sua separação. Por outro lado, o que mais considerou o Tribunal de Oldenburg: o bem-estar do idoso ou o da cachorrinha? Não merecem ambos ser igualmente considerados? Fez-se justiça? O octogenário de Westerstede confessa-se injustiçado!
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