Este
sábado, pela manhã, decidi partir com o grupo escolar para uns passadiços
recentemente inaugurados num denso pinhal costeiro, no intuito de dar pulmão
aos cães e espírito de aventura aos donos, para que ambos encarassem os
desafios escolares que iriam enfrentar com alegria. Chegados aos tão badalados
passadiços, dignos de enaltecimento pela sua estética e fabrico, como éramos
ali os únicos viandantes, mandei desatrelar os cães para aprimorar a sua
condução em liberdade. Passados alguns metros, um dos condutores diz num tom
mais ou menos solene o que costuma ouvir dizer nas aulas: “Nunca se solta um
cão sem antes se bater minuciosamente o território onde irá ser solto!” De um
momento para o outro, tal como sucede num filme de ficção, começámos a ver
vários aglomerados de processionária dos pinheiros, que de tantos que eram, obrigavam-nos
a evoluir desenfiados e com o máximo dos cuidados para que os animais não os
pisassem ou abocanhassem, sabendo de antemão o perigo que aqueles insectos
lepidópteros representavam para a sua saúde e também para a nossa.
Estranhamente,
avistámos primeiros os insectos do que os avisos que alertavam para a sua
presença, que eram pequenos, pouco numerosos e mal distribuídos, basicamente à
entrada dos passadiços, em forma de pequenos quadrados com sensivelmente 18 cm
de lado e apenas elevados a uma mão de travessa do solo, sendo por isso também
pouco visíveis. Aquele pinhal, apesar de místico e frondoso, era perigoso e os
seus belos passadiços um verdadeiro atentado contra a saúde pública – uma
verdadeira armadilha! Eu não sei se os pinheiros foram tratados ou
convenientemente tratados, o que sei é que aqueles insectos estavam espalhados
por toda a parte e poderiam ir indevidamente parar à boca de uma criança
pequena. Apesar de não ter visto qualquer cinta nos pinheiros, o que era
minimamente exigível e impediria as processionárias de descer, estou em crer
que a Câmara daquele lugar deveria ter efectuado algum tipo de tratamento
(ineficaz), mas não procedeu na sua totalidade à remoção dos insectos. Estamos
mais uma vez perante um “passeio típico à portuguesa”, daqueles que
invariavelmente associam o deslumbre à tragédia.
Já no final do nosso percurso minado, reparámos num casal que se fazia acompanhar por uma amiga e por um filhinho que teria pouco mais de um ano, bebé que circulava sozinho por onde lhe apetecia, ignorando os perigos que o cercavam. Corremos de imediato e alertámo-los para o perigo à sua frente e para os sérios riscos que o bebé corria. “Sem stresses e numa boa”, aquela gente sorriu, agradeceu e continuou na mesma, deixando o bebé vaguear pela entrada da mata (oxalá não tenham que ir a correr para as urgências do Hospital Garcia de Orta). Use de todo o cuidado em pinhais e matas de cedros – a processionária já está a descer deles! Se porventura tem um vizinho com um pinheiro no quintal, peça-lhe que proceda ao seu tratamento contra processionária e use de todo o cuidado para que ela não o afecte a si e aos seus (crianças e cães). Para maiores esclarecimentos sobre este assunto, consulte por favor o texto deste blogue intitulado “UM VELHO E DURO INIMIGO: A PROCESSIONÁRIA DOS PINHEIROS”, datado de 07/08/2010.
Sem comentários:
Enviar um comentário