Quem
mal sai com os seus cães de casa raramente enfrenta este problema, muito embora
possa causar outros de maior dimensão com tendência e a agravar-se a
perpetuar-se, distúrbios psicológicos de diferentes etiologias que afectarão
decisivamente o comportamento social desses animais. De um modo geral, os cães
gozam de uma excelente relação com a água, contrariamente ao que sucede com a
maioria dos gatos, usando-a não só para beber, mas também para se refrescarem e
para se libertarem mais rapidamente do calor, havendo outros que adoram
jogar-se para dentro dela, instintivamente e divertindo-se de modo estonteante.
Por nossa causa, da humanidade no seu todo, o mundo que vivemos está longe de
ser um paraíso e a água estagnada disso é exemplo, porque se encontra saturada
de bactérias e impurezas que podem ser altamente prejudiciais para a saúde dos
nossos cães.
Sendo assim, os donos devem evitar a todo o custo que os seus cães bebam água das poças quando saem para o exterior, porque elas podem conter óleo de automóveis, fertilizantes, parasitas e ovos de vermes através das excreções de outros animais ao beber, para além de poderem incluir bactérias da urina de diferentes ratos, o que poderá despoletar a leptospirose, doença que sabemos ser zoonótica e potencialmente fatal, o que coloca em sério risco os cães não-vacinados contra a doença. Os sinais típicos desta infecção são: debilidade geral; febre; vómitos e diarreia; letargia; icterícia (cor amarelada nas mucosas dos olhos e da boca); úlceras bucais e urina escura, bebendo e urinando os animais em demasia (polidipsia e poliúria).
Por tudo isto, deixar os nossos cães beber água nas poças está fora de questão. Para evitarmos que isso aconteça, devemos condicioná-los a esperar pela ordem para se acercarem das poças, quer queiram nelas beber ou brincar, porque a seguir à brincadeira é natural que acabem por beber delas. Como já tive ocasião de dizer ontem, qualquer dono que saia com o seu cão para passear, deverá carregar consigo um reservatório de água próprio para o cão que tem (mais pequeno, menos água; maior, mais água). Perante necessidade imperiosa, ao invés de se deixar o animal beber das poças, há que procurar um curso de água corrente, onde as concentrações de poluentes são por norma mais baixas. Por outro lado, face a possível contaminação das águas das poças, nenhum cão deverá ser convidado a procurar o seu brinquedo dentro delas ou ver o seu brinquedo nelas lavado – quem te avisa teu amigo é!
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