A
nossa sessão de trabalhos de sábado teve início num imenso sapal transformado
em atracção turística e onde se criam em regime de confinamento (aquacultura)
muitos dos robalos e douradas que nos vêm parar ao prato. O mesmo sapal, rico
em organismos aquáticos como peixes, moluscos, crustáceos, anfíbios, répteis e
plantas aquáticas para uso do homem, é também um santuário para aves
migratórias e residentes, algumas cuja espécie se encontra ameaçada. Fomos para
ali para enriquecermos o quadro experimental dos cães e para andarmos com eles
em liberdade nos infindos e estreitos caminhos que ladeiam os tanques aquáticos.
E fomos agora para que os mosquitos não nos incomodassem, porque em vindo os
dias mais quentes, somos literalmente vestidos por estes insectos pernilongos,
que caem sobre nós com maior intensidade do que bombas russas na cidade
ucraniana de Bakhmut. Na foto acima, debaixo de uma ave planadora artificial e
tendo como companheiros os CPA’s Dobby e Bohr, vemos o pequeno Simão, nosso
companheiro de muitas jornadas. O mesmo Dobby aparece na foto seguinte ao lado
da sua dona e condutora, abrigados por detrás de um flamingo aramado.
Num
cais palafítico, durante a maré vazia, provavelmente com o Paulo a temer as
alturas ou atribulado pelas vertigens, vemo-lo na companhia do seu bravo Pastor
Alemão a admirar a paisagem, enquanto o água se esvaía sem deixar rasto.
Mais
à frente, numa das paragens do percurso, depois de havermos refrescado os cães,
sentámo-nos num pequeno e austero café para também nos refrescarmos. Ali surpreendemos
os binómios Paulo/Bohr e Maria/Dobby refastelados numas cadeiras que me fizeram
recordar um icónico filme francês maioritariamente rodado na Indonésia. Os dois
binómios foram ali colocados estrategicamente para que os cães se acostumassem
à passagem dos turistas sem molestá-los.
Como
a meteorologia prometia chuva e a manhã começou a acinzentar-se em demasia, do
sapal fomos para um quintal que nos foi generosamente cedido, passando assim
dos ensinamentos práticos para os teóricos sem corrermos o risco de nos molharmos.
Como nunca foi facultado qualquer manual de ensino canino à condutora do Dobby,
vimo-nos na obrigação de dividirmos com ela os textos: “QUAL O MOMENTO CERTO PARA TREINAR
O SEU CÃO” e “CONDUÇÃO:
IMPACTO, VISUAL, RESPIRAÇÃO E ENTOAÇÃO DE COMANDOS”,
respectivamente do Manual I e II da
nossa escola.
A
Maria continua com sérias dificuldades em evitar que o seu cão agrida outrem, por
ausência de autoridade, instigação involuntária, entoação e uso indevido dos comandos verbais, distracção
e alguma parcimónia. A somar a isto, a Maria raramente procede à milha diária para a
sociabilização do Dobby, apesar do animal se encontrar encerrado num minúsculo
quintal, mormente num plano superior ao das pessoas que por ali passam.
Induzido pelo escassez do território, o Dobby tende a defendê-lo como se ele fosse
constantemente ameaçado. A somar a isto, quando na rua e à passagem de alguém
desconhecido, este cão intenta fazer ataques dissimulados e à boca calada, o
que obriga a um sério cuidado e que poderá ter graves consequências.
Provisoriamente e enquanto a Maria não conseguir controlar o seu cão,
aconselhamo-la a sair à rua com ele açaimado, o que será melhor para todos.
Continuamos convencidos que faremos da Maria uma líder mais atenta e eficaz –
ela tem tudo para isso!
Participaram nos trabalhos os seguintes binómios: Maria/Dobby e Paulo/Bohr. O Jorge Filipe participou dos trabalhos com o seu filho Simão. As fotos são da autoria do Adestrador e a família Rodrigues não compareceu ao treino. A chuva afinal não chegou e acabámos por usufruir de uma tépida manhã de inverno.
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