quarta-feira, 14 de abril de 2021

NINGUÉM TEM MAIS OU MENOS, OU TEM OU NÃO TEM!

 

O título acima reporta-se, como é evidente, à obediência canina que se pretende incondicional quando tratamos de cães de trabalho ou de utilidade e importa protegê-los, controlá-los ou solicitar-lhes socorro nas mais diversas situações, particularmente nas mais árduas e difíceis. Assim, do ponto de vista operacional, um cão não é mais nem menos obediente, ou é obediente ou não é. Na foto que introduz este texto vemos o Fila SM Doc a posar para a fotografia com o Tomás, com o cão a “conduzir” o carro de mão e o rapaz a servir de carga. No GIF seguinte vemos dois cães a rastejar um contra o outro visando a sua capacitação enquanto cães de guarda e a instalação do comando de “ronda”, onde os cães poderão ser obrigados a fazê-lo para se ocultarem ou diminuírem a sua silhueta junto a portões ou muros baixos, onde a sua vulnerabilidade é por demais evidente. Estão a rastejar em convergência para que a ordem venha a superar os seus apelos naturais. Devido ao extraordinário esforço que o rastejar exige, que só deverá ser requerido debaixo de absoluta necessidade, os cães com displasia não deverão ser investidos como cães de guarda.

No GIF abaixo os binómios presentes estão a executar o “lateralizar”, manobra e movimento usados para transformar os cães na sombra dos donos. O movimento não é antinatural para os animais, já que o usam quando obrigados instantaneamente a afastar-se de algum perigo. Com ele melhora-se o “junto” e a sua prontidão, para além de se equilibrar morfologicamente os animais pela maior mobilidade da garupa. Por outro lado, ao solicitar dos cães um movimento instintivo ligado ao seu instinto de sobrevivência, os donos, por essa intromissão, vêem reforçada a sua liderança.

Na execução deste movimento importa que os donos se desloquem erectos, de cabeça levantada, para que a sua postura não cause indevido impacto visual, o que levaria os cães a atrasar-se em relação aos seus condutores. Convém não esquecer que deverão ser os animais a olhar para os donos e não o contrário, porque doutro modo serão os cães a ensinar obediência aos donos, caricata inversão de papéis que ninguém deseja. 

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