Se há coisas que se deviam
celebrar no adestramento, o alcance da condução dos cães em liberdade seria uma
delas, porque marca uma nova etapa no relacionamento binomial e abre as portas
a todo um manancial de habilidades e parcerias. Este fim-de-semana o AFONSO MENDONÇA
alcançou esta etapa com a Doberman LUPA,
conforme testemunha a foto acima, progresso que se saúda e que vaticina novas e
maiores vitórias. Por outro lado, quase a alcançar o mesmo, estão o ANÍBAL e
o CPA MAX,
binómio que urge transitar da promessa para o destaque que o aguarda, algo
historicamente ligado a quem tem bons cães, é parco na entrega e acredita
pouco. Na foto abaixo vemos este binómio a fazer a chamada – o “Aqui”.
As novidades neste
fim-de-semana de trabalho não se esgotaram nestes dois binómios, também o
constituído pelo TIAGO e
pela Pitbull COSI
está em franca ascensão, devido ao empenho do menino que tem levado de vencida
a indolência da cadela, acostumada há muito em fazer coisa nenhuma.
Vinda de uma caminhada
pela serra e cativada pelo trabalho dos cães, uma jovem que frequenta o 2º ano
de engenharia mecânica no IST e que tem um cão desobediente, acabou por
conduzir o CPA Blaze, experiência que foi do seu agrado e que a fará trazer o
seu cão para a nossa classe depois de amanhã.
Na parte destinada à
obediência insistimos no melhoramento do “aqui”, nomeadamente no seu 2º momento
– no “roda”. Na foto abaixo é possível ver o desempenho do binómio Aníbal/Max.
Na foto seguinte podemos
ver o desempenho do binómio Afonso/Lupa no 1º momento do comando com recurso à
recompensa, opção estratégica que visa diminuir a distracção da cadela e a sua
tendência para fixar alvos desnecessários.
Notoriamente mais atrasado
no ensino que os restantes binómios, o constituído pelo Tiago e pela Pitbull
Cosi, ele com 8 anos de idade e ela com mais 1 ou 2, já consegue fazer o
“quieto” à distância, o que não é tarefa fácil para um infante pouco esforçado
e para uma cadela que sempre fez o que lhe apeteceu.
A seguir podemos ver os
primeiros passos do binómio Aníbal/Max na condução em liberdade, onde podemos
constatar o atraso do cão em relação ao seu condutor, despropósito a que não
foi alheio um dispensável desaguisado acontecido entre ambos e que deitou por
terra a confiança do CPA no dono.
Para além das Manobras de
Sociabilização Animal requeridas aos binómios em treino, foi solicitado a cada
condutor que conduzisse, durante 30 metros, 2 cães em simultâneo sem tocar em
qualquer das trelas. Na foto abaixo podemos ver a Ana durante a sua prestação,
quando conduzida a Doberman Lupa e o CPA Blaze.
Convidada para o mesmo
trabalho e manifestando pouca segurança, a Jessy conduziu os CPA’s Max e Bohr,
literalmente pendurada no pescoço dos seus companheiros de 4 patas,
condicionada pelo medo dos cães e pelo receio de os largar.
O Aníbal não experimentou
grandes dificuldades neste trabalho, muito embora seja nele também seja visível
o desencanto do seu cão, que acaba por se afastar mais do que o alheio.
O pequeno grande Afonso,
na foto que se segue, prepara-se para fazer a inversão de marcha com os 2 cães
(CPA’s Bohr e Max). Sabendo que o Bohr corre para o dono como um toiro bravo
quando o tem na frente, O Afonso não sabe se há-de segurá-lo ou não (esta hesitação
momentânea foi perfeitamente captada pela imagem).
Coube ao nosso amigo José
Maria, proprietário e líder da CPA Mel, homem que parece ter feito com a
juventude um pacto eterno, fugir à boca dos cães e prestar-se a ser perseguido.
Na ocasião coube-lhe em sorte o CPA Bohr, que apesar de estimulado por um pobre
coxinho, tudo fez para lhe rasgar os calções. O “mais que tudo da Jessy”, como
seria de esperar, saiu daquela contenda salvo, ileso e vivinho da costa, apesar
de um joelho levemente magoado.
Quem parece não ter
gostado de ver o seu dono atacado pelo cão de um coxinho malvado foi a CPA Mel,
que aproveitando a ocasião de ter o Paulo pela frente como figurante, decidiu
esquecer-se da manga e torná-lo coxo de outra pena.
O CPA Max adora carregar
sobre a manga e é tão apto a agarrá-la como a largá-la, apesar de nela encher
bem a boca, enterrar os dentes a preceito e de sacudi-la com violência. Perante
tal disposição, a única preocupação do Paulo era não cair.
Cá continuamos a lutar
para que a Jessy perca o medo dos cães, para quem os maiores parecem ser enviados
pelo demo. Na foto abaixo parece acometida por um ataque paralisante e súbito de
disenteria. Considerando o avultado e crescente número de crianças de origem
africana entre nós, herdeiras de uma cinofobia que se perde pelos confins dos
tempos, provavelmente a partir da ocasião em que o Baixo-império Egípcio usou
cães na guerra contra os núbios, urge que os cães de terapia visitem as nossas
escolas amiúde, contribuindo assim para que o medo seja vencido e o trauma não
se enraíze.
Na foto seguinte vemos o
Adestrador a preparar-se para um ataque superior do CPA Bohr, que ao travar
aproveita o balanço para se elevar. Este enunciado torna-se fácil ao reparar
onde se encontra a mão direita deste figurante (perto do orifício interior da
manga). E isto porquê? Para potenciar e prolongar a mordedura do cão desafiado.
Participaram nos trabalhos
os seguintes binómios: Afonso/Lupa, Ana/Blaze; Aníbal/Max; Jessy/Blaze; José
Maria/Mel; Tiago/Cosi e Untitled Girl/Blaze. As fotografias estiveram a cargo José
António, da Maria e do Paulo, a ausência da Carla ficou a dever-se ao trabalho,
a Pétia não compareceu com o Bjorn, a Doberman Russa foi passar umas férias ao
monte e o Jorge deixou o Soneca à sombra, enquanto terminava as obras na sua
cozinha.
Com
o Verão medianamente instalado, é provável que para a semana abracemos novos e imprescindíveis
ecossistemas até aqui afastados dos nossos desejos. Boa semana para todos.
PS: Infelizmente as insónias
não deixam em paz o nosso aluno e amigo José Maria, que de tantas voltas que dá
na cama sem sucesso, só consegue dormir depois do nascer da aurora, o que obviamente o
condena a chegar invariavelmente atrasado. A situação é preocupante, mas a
saúde deverá estar sempre em primeiro lugar. Boas Melhoras!
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