quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

UNDER THE LAW OF THE POTATO PEELER

Primeiro vamos de falar de Rusholme, um Município de Manchester onde tudo se passou e que dista duas milhas do centro desta grande metrópole inglesa. Rusholme é um lugar multi-étnico, está cheio de estudantes e segundo um estudo de segurança estudantil recente da União de Estudantes da Universidade de Manchester, 90% deles são vítimas de crime. Os crimes mais comuns contra os estudantes são os sexuais. Um em cada dois alunos são vítimas de crimes desta ordem, crimes que atingem três quartos das mulheres. Para além disto, apesar de nos últimos anos os incidentes de tiroteio terem diminuído, Rusholme ainda não se libertou do problema das armas e de uns tantos rufias constituídos em gangues (cool place to live!).
Connor McNally, um jovem de 20 anos, que pela cara e pelos actos parece ser bem mais novo, decidiu assaltar um mini mercado (Paradise Mini Market) em Rusholme, valendo-se de um descascador de batatas, porque pretendia arranjar dinheiro para comprar um cão até ao Natal, para substituir o que a sua mãe havia perdido duas semanas antes. O rapazola, que se encontrava desempregado, acabou por sair daquele estabelecimento comercial com 180 libras esterlinas. Infelizmente para ele, veio a ser detido por alguns moradores do bairro perto de um talho, onde manietado pelos populares ficou a aguardar a chegada da polícia. Quanto ao mini mercado assaltado, foi a segunda vez em dois anos que tal aconteceu, o que deixou a sua proprietária, Marym Hassan, aterrorizada.
A mãe do assaltante “à mão armada”, Maxine (na foto abaixo), que chegou a viver com o um tal de Christopher Lynch, que foi esfaqueado quatro vezes e que acabou assassinado na sua própria casa em 2010, trágico incidente a que também assistiu o seu enteado e jovem assaltante, ficou profundamente abalada com o sucedido, entrou em depressão e foi obrigada a mudar de casa, encontrando depois algum conforto junto de um Bull Terrier, de nome Kenny, que a família lhe ofereceu. Infelizmente, o cão acabaria por morrer duas semanas antes do assalto ao mini mercado.
Apostado em encontrar um cão para a mãe e sem dinheiro, Connor McNally, que ainda tentou arranjar trabalho na “Amazon” online sem sucesso, optou pelo fracassado assalto que perpetrou com um cúmplice. Quando foi travado pelos residentes locais, ele disse-lhes que podiam pontapeá-lo à vontade, sugestão que não aceitaram por se contentarem com a chegada da polícia. Connor admitiu o roubo e o Tribunal da Coroa de Manchester condenou-o a três anos de prisão efectiva. Diz-se neste momento arrependido do que fez e promete vir a ser melhor cidadão, promessa que dificilmente cumprirá depois de estagiar três anos no lugar onde está. Depois do que narrámos, uma pergunta fica no ar: não haveria naquela área nenhum abrigo para animais com cães para adopção? Quando notícias destas saem a lume sempre ouvimos alguém dizer: abençoado Brexit!”

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