Primeiro vamos de falar de
Rusholme, um Município de Manchester onde tudo se passou e que dista duas
milhas do centro desta grande metrópole inglesa. Rusholme é um lugar
multi-étnico, está cheio de estudantes e segundo um estudo de segurança
estudantil recente da União de Estudantes da Universidade de Manchester, 90%
deles são vítimas de crime. Os crimes mais comuns contra os estudantes são os sexuais.
Um em cada dois alunos são vítimas de crimes desta ordem, crimes que atingem três
quartos das mulheres. Para além disto, apesar de nos últimos anos os incidentes
de tiroteio terem diminuído, Rusholme ainda não se libertou do problema das
armas e de uns tantos rufias constituídos em gangues (cool place to live!).
Connor McNally, um jovem
de 20 anos, que pela cara e pelos actos parece ser bem mais novo, decidiu
assaltar um mini mercado (Paradise Mini Market) em Rusholme, valendo-se de um
descascador de batatas, porque pretendia arranjar dinheiro para comprar um cão
até ao Natal, para substituir o que a sua mãe havia perdido duas semanas antes.
O rapazola, que se encontrava desempregado, acabou por sair daquele
estabelecimento comercial com 180 libras esterlinas. Infelizmente para ele, veio
a ser detido por alguns moradores do bairro perto de um talho, onde manietado
pelos populares ficou a aguardar a chegada da polícia. Quanto ao mini mercado
assaltado, foi a segunda vez em dois anos que tal aconteceu, o que deixou a sua
proprietária, Marym Hassan, aterrorizada.
A mãe do assaltante “à mão
armada”, Maxine (na foto abaixo), que chegou a viver com o um tal de Christopher
Lynch, que foi esfaqueado quatro vezes e que acabou assassinado na sua própria
casa em 2010, trágico incidente a que também assistiu o seu enteado e jovem assaltante,
ficou profundamente abalada com o sucedido, entrou em depressão e foi obrigada
a mudar de casa, encontrando depois algum conforto junto de um Bull Terrier, de
nome Kenny, que a família lhe ofereceu. Infelizmente, o cão acabaria por morrer
duas semanas antes do assalto ao mini mercado.
Apostado em encontrar um
cão para a mãe e sem dinheiro, Connor McNally, que ainda tentou arranjar
trabalho na “Amazon” online sem sucesso, optou pelo fracassado assalto que
perpetrou com um cúmplice. Quando foi travado pelos residentes locais, ele
disse-lhes que podiam pontapeá-lo à vontade, sugestão que não aceitaram por se
contentarem com a chegada da polícia. Connor admitiu o roubo e o Tribunal da
Coroa de Manchester condenou-o a três anos de prisão efectiva. Diz-se neste
momento arrependido do que fez e promete vir a ser melhor cidadão, promessa que
dificilmente cumprirá depois de estagiar três anos no lugar onde está. Depois
do que narrámos, uma pergunta fica no ar: não haveria naquela área nenhum
abrigo para animais com cães para adopção? Quando notícias destas saem a lume sempre
ouvimos alguém dizer: abençoado Brexit!”
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