quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

O VÍCIO DOS VIDEOJOGOS E AS GUARDAS DESPORTIVAS

A Organização Mundial de Saúde (OMG) reconheceu recentemente um novo distúrbio mental, o relacionado com o vício dos videojogos, que em inglês é catalogado como “Gaming Disorder” e que é caracterizado por um padrão de comportamento obsessivo com os videojogos. Estranhamente, esta doença mental não afecta só os mais jovens (crianças e jovens) mas vitima também adultos em grande número, nomeadamente aqueles que se encontram na casa dos 30. Segundo faz saber esta organização, os pacientes que apresentam esta condição médica “não conseguem dominar a sua relação com os videojogos", deixando a frequência, intensidade, duração e contexto dos seus hábitos fora do seu próprio controlo.
Ao tomarmos conhecimento desta nova doença lembrámo-nos de uma mais antiga mas que ainda prevalece, a ligada aos apaixonados da guarda desportiva, que tendem a ver a realidade pela simulação e a induzir os seus cães em erro, animais que não conseguem diferenciá-la da ficção. Também estes condutores caninos chegam a adquirir um comportamento obsessivo com as modalidades desta índole, como se o adestramento não existisse para além delas ou que as outras modalidades fossem de menor valia quando comparadas consigo.
E a obsessão desta gente é tão grande que chegam a dar fome aos cães e a desconsiderar a sua integridade, longevidade, fragilidade de impacto, aprumos e biomecânica na ânsia de pontuarem e alcançarem os títulos que tanto desejam, também por dar-lhes “pica”, verem-se aprovados e necessitarem avidamente de constantes descargas de adrenalina. As guardas desportivas são um dos meios para se alcançar a guarda real, mas jamais serão o único ou melhor e muito menos um fim em si mesmo, estando para a guarda real como o Paintball está para as acções de combate.
Pecam os adeptos desta “guerra a feijões”, cujo resultado já se encontra viciado e é esperado, ao pensar que as leis cá fora são iguais aos regulamentos que respeitam, insanidade que poderá vulnerabilizar os cães e pô-los à mercê da impiedade dos assaltantes, que aprendem com os seus erros e não os repetem, peritos que são em ludibriar “cãezinhos de aviário”, os acostumados a vencer lutas com fraca oposição. Meus caros amigos, que demência tamanha é amar mais a competição que o próprio cão!
Para quem gosta de reflectir, lançamos uma pergunta: a salvaguarda dos cães não será o primeiro objectivo do adestramento, seja ele qual for?

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