A “CAPNOCYTOPHAGA
CANIMORSUS” é uma bactéria comensal na flora gengival
normal das espécies canina e felina (cães e gatos). A sua transmissão pode
ocorrer através de mordidelas, arranhadelas, dentadas, lambidelas e também pela
proximidade com estes animais. Felizmente esta bactéria é de baixa virulência
em indivíduos saudáveis, mas causa doenças graves em pessoas com condições
pré-existentes (indivíduos a quem foi extraído o baço, alcoólicos, pacientes com
imunossupressão devido ao uso de esteróides como os glicocorticóides, pessoas afectadas
pela talissemia beta e fumadores. Os indivíduos esplénicos (sem baço) e os
alcoólatras são os que correm maior risco por verem aumentados os níveis de
ferro na corrente sanguínea, condições óptimas para o crescimento do bacilo).
Como muito pouco se sabe sobre a patogenia deste patógeno zoonótico, apesar do
tratamento com antibióticos ser efectivo na maioria dos casos, a ferramenta de
diagnóstico mais importante para os clínicos é ainda saber se o paciente esteve
recentemente exposto ao contacto com caninos e felinos.
Não sabemos, pela notícia
adiantada no “Mirror” on-line, qual o estado de saúde e limitações do
britânico Barry Walace, de 48 anos de idade e residente em Nottingham/UK, mas pelo
que nos é adiantado não parecia padecer de alguma doença. Certo é que, depois
de ter sido mordiscado no braço direito pelo cão da sua mãe, que lhe causou um
ferimento da grossura de uma folha de papel e com uma extensão de apenas 1cm,
acordou no dia seguinte a tremer e muito mal disposto, com o nariz e os pés
negros, coloração que depois se estendeu aos seus braços e pernas. Não sobrando
aos médicos outra opção para lhe salvar a vida, o homem foi induzido em coma
para poder ser melhor tratado, já que apanhou uma septicemia por conta da “CAPNOCYTOPHAGA
CANIMORSUS”, bactéria largada na sua
corrente sanguínea pela mordidela amistosa do cão de sua mãe, que irá ser
responsável também pela amputação dos seus pés!
Já havíamos alertado os
nossos leitores em artigos anteriores para o perigo que a boca dos cães
representa para as pessoas, uma vez que as gengivas, a saliva e a língua dos
cães carregam bactérias que poderão causar-nos graves problemas de saúde e até a
morte. Enfatizámos também que devemos afastar as crianças da boca dos cães
pelos mesmos motivos. Felizmente que a infecção pela bactéria “CAPNOCYTOPHAGA
CANIMORSUS” é muito rara, mas não é a única
transmissível e lesiva. Assim, como ninguém sabe se será ou não infectado, mas
vale optar pela prevenção para se evitarem males maiores – lambidelas de cão? Não,
obrigado!
Anda por aí tanta gente,
alguma até faz gala disso, apostada em receber e dar beijos na boca aos seus
cães, impulsos que diante destes factos deveriam refrear a pensar na sua saúde
e na dos seus filhos, que vendo tal prática nos pais, mesmo sem convite expresso,
bem depressa os imitarão, sujeitando-se assim ao mesmo tipo de penas. O meu cão
para saber se eu gosto dele não precisa que lhe dê beijos na boca e eu sei que
ele gosta de mim sem me lamber a cara.
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