terça-feira, 5 de dezembro de 2017

AGORA QUE O FRIO CHEGOU

Agora que o frio chegou, convém proteger o seu cão do Inverno para que se mantenha cómodo, activo e saudável, liberto das maleitas que esta Estação do Ano normalmente despoleta ou agrava. As baixas temperaturas afectam também os cães saudáveis, pelo que narizes, orelhas e patas deverão ser fiscalizados e merecedores de especial atenção, já que a exposição ao frio leva ao aparecimento de doenças. E para que tudo corra bem, alguns cuidados e alterações terão que ser implementados.
Comecemos pela alimentação diária, cuja quantidade deverá ser aumentada entre 15 a 20% no Inverno, já que o gasto energético nesta altura do ano é maior, tanto para cães adultos como para cachorros. Este aumento do penso pode ser substituído por uma ração mais rica a distribuir aos animais. E isto porquê? Para favorecer a produção de uma camada de gordura que ajudará a manter o calor corporal dos animais. Apesar de uma reserva alimentar favorecer os convalescentes, caso o seu cão se encontre doente, consulte o seu veterinário assistente antes de alterar a quantidade ou qualidade do penso a distribuir. Os cães que se encontram alojados dentro de casa dispensam estes cuidados, porque correm o risco de engordar em demasia.
Os cães de guarda e aqueles que se encontram alojados ao ar livre em quintais deverão ter casotas ou abrigos que os protejam das rajadas de vento e do frio. Estes abrigos deverão também estar posicionados para receberem a maior quantidade possível de sol. A opção pelas casotas deverá recair sobre as de madeira ou plástico, porque as de cimento são nocivas, demasiado húmidas e frias. Antes de comprar a casota indicada certifique-se de que ela é completamente estanque para garantir o conforto térmico exigível. Os cães brancos, os de ossatura mais leve, os de pêlo mais raso, os mais magros e os de idade superior a 6 anos deverão ter mantas dentro das casotas para maior protecção e conforto, que deverão ser trocadas quando tal se justificar em abono da pele e manto dos animais. Jamais deverão encontrar-se molhadas porque mais agravarão o bem-estar dos cães.
O que mais prejudica os cães alojados dentro de casa são as mudanças bruscas de temperatura. Alguns também não se dão nada bem com o ar condicionado e com certo tipo de aquecedores, porque acabam por ressecar-lhes as vias respiratórias. Como os cães que sofrem de reumatismo, mal que afecta os mais velhos, verão as suas dores aumentadas no Inverno, convém que permaneçam em salas aquecidas e longe de portas e janelas. Se porventura um animal destes tem livre a acesso ao quintal, convém confiná-lo em casa nos horários mais frios. Não havendo a possibilidade de manter a casa quente ou de arranjar uma sala aquecida para os cães, há que arranjar-lhes uma cama apropriada ou deitar mão a colchas e edredões que aumentem a sua protecção e aconchego.
Quando pensar em levar o cão à rua, vista-lhe uma capa apropriada e perca alguns minutos com ele na cozinha, para se adaptar de forma lenta e gradual à diferença de temperatura. Há que haver também maior cuidado com os banhos, que não poderão ser frios, deverão ver reduzido o seu número (de semanais para quinzenais) e ter lugar nas horas mais quentes do dia. Por prevenção, os cães deverão ser secos com o secador morno, mesmo quando instalados em ambientes secos e não deverão sair de imediato à rua para não incorrerem em choques de temperatura.
Os animais com pêlo raso como os pinschers deverão também usar capas protectoras dentro de casa nos períodos mais frios do dia (noite). Os cães peludos ao fazer uso do mesmo acessório e nas mesmas circunstâncias (dentro de casa) poderão desenvolver indesejáveis fungos no manto, pelo que deverão alternar períodos com capa e sem ela.
Nos dias mais frios ou com temperaturas abaixo dos 11 graus celsius, aconselham-se os proprietários caninos, quando obrigados a sair com os seus cães à rua, que os protejam com uma capa térmico-impermeável. Como há cães que não se adaptam a tecidos de lã e sintéticos, convém comprar-lhes capas com forros de algodão. O uso de botas para neve, que protegem as patas da humidade e do frio, carece de habituação e ela deve anteceder as partidas para as estâncias turísticas. Também os pêlos entre os dedos dos cães no Inverno deverão ser aparados para facilitar a sua secagem.
As doenças caninas típicas do Inverno são as viroses, sendo a mais comum a “Tosse do Canil”, que apresenta sintomas muito próximos da gripe que afecta os humanos, como febre, letargia, tosse, defluxo e espirros. A doença quando não cuidada pode evoluir para quadros mais graves por infecções bacterianas secundárias e passar a pneumonia. O uso preventivo da vacina é nestes casos a melhor das opções. A somar às doenças respiratórias, os cães mais idosos podem também apresentar problemas osteoarticulares dolorosos por causa do frio, particularmente quando atribulados por artroses ou hérnias discais. 
Com o Inverno à porta há que estar preparado para proteger os nossos fiéis amigos, também eles vulneráveis ao frio que nos apoquenta. Oxalá estes conselhos cheguem a tempo e sejam postos em prática nos cães dos nossos leitores. 

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