A República que nos
governa, apesar de ter o dever de nos defender, não tem como rechaçar os
ataques que as modernas seitas entusiastas desferem contra o povo, porque é
laica e nalguns casos até adversária do Evangelho, pela efémera sacralidade dos
políticos que alimenta, invariavelmente pela ignorância popular. Actuará contra
elas quando já for tarde de mais, quando já tiverem violado um conjunto de leis
e liberdades fundamentais de terríveis consequências para os cidadãos que
enredaram. E porque a vida é assim, sempre foi e o poder corrompe, políticos e
líderes de religiosos costumam andar de mãos dadas valendo-se uns aos outros.
Quem desprezará os votos dos mórmons nos Estados Unidos e dos Católicos aqui?
Não é verdade que por um voto se ganha e por um voto se perde?
E se a República só nos pode
valer depois do “caldo entornado”, quando o clamor das vítimas já não pode ser
calado, quem deveria ter instruído, prevenido, preparado e esclarecido o povo
contra o ataque destes “lobos devoradores”, gradativamente ainda menos
escrupulosos que os políticos corruptos? Serão “filhos da mesma porca” como diz
o povo? Obviamente quem tem como missão anunciar aqui o Evangelho, guardar à
sua sombra aqueles que Cristo redimiu e mantém na Fé – a Igreja Católica! O que
teria impossibilitado o seu principal dever e obrigação? A perpetuação de
heresias há muito denunciadas e que visam o lucro, como é o caso de Fátima, uma
fonte de riqueza tirada a partir da obscuridade e da ignorância, uma verdadeira
porta aberta para a entrada de toda a sorte de salafrários!
Quem se arrasta para Fátima
o que procura? Um momento único com Deus, a procura doutro intercessor privilegiado
para além do seu Filho, um reavivar da fé e um maior apego às “profecias” dos pastorinhos
como badalam os seus arautos? Não, o grosso da multidão é movido pela crendice enraizada
que espera o milagre e o conforto que esta vida não lhe pode dar, ilusão que
caberia aos homens da casula denunciar por apego à verdade contida nas
Escrituras Sagradas e por respeito à dignidade humana. Essa patranha de vender
terrenos no céu é muito antiga e infelizmente já provou ser sectária e
aberração aos olhos de Deus revelado na Bíblia.
O que oferecem os homens
da IURD e os seus comparsas de menor vulto? Milagres! Os mesmos falsos milagres
de que os outros fizeram e fazem uso, que na sua essência e propósito em nada deferirão
dos alcançados pelos magos do Egipto no tempo de Moisés. Quem transportou o
povo como cordeiro para o holocausto nos altares da IURD? Quem primeiro
assentou arraiais e vendeu milagres! Diante deste facto compreende-se por que
razão quem devia falar está calado, ainda mais quando defende uma doutrina
ecuménica que coloca lobos e pastores dentro da mesma barca para cativar o seu
lugar ao sol.
Quem são os Pastores e
Bispos da IURD? Decididamente uma geração espontânea, uns self made men, porque não foram instruídos nem por judeus nem por
cristãos e nenhum deles lhes reconhece formação e autoridade para o seu
pretenso ministério, apesar de usarem por usurpação símbolos de uns e de outros.
Deus seria terrivelmente injusto, e nós sabemos que não é, se só agora se revelasse
através da IURD, pelo que estes pastores e bispos não lhe pertencem. Pergunta-se:
quem os erigiu e para que propósitos? A sua pregação dá fortes indícios, os
seus frutos são esclarecedores e ainda por cima, as suas portas de entrada
costumam ser bem largas.
Eu, um simples mortal, néscio e sem
préstimo, ao contrário do nosso governo, políticos, teólogos e opinião pública,
há muito que conhecia o modus operandi desta seita, exactamente desde os dias
em que assistia às suas pregações em São Paulo, Capital do Estado (Brasil), que
é: entra, engorda, saca o dinheiro, fica com o património e põe-te ao fresco!
Em Portugal, infelizmente, as coisas não se passaram de maneira diferente. Agora,
como coisa nunca vista, anda toda a gente chocada porque a IURD meteu as unhas
em adopções ilegais. Será que foi o único crime grave que aqui cometeu? Não
teria também incorrido nos crimes de burla, tráfico de influência e
branqueamento de capitais? Mas se condenarmos a IURD por isso, quem lhe
sucederá? Há gente que tem licença para roubar e a dita “fé” esconde muita
cangalhada!
De qualquer modo, porque o
dinheirinho vai parar à Rede Record de Televisão, não todo mas uma importante
fatia, porque importa manter o status de uns quantos, penso que é cristão,
patriótico e solidário desprezar tal canal de televisão em Portugal. É cristão
porque é alimentado por sectários que malbaratam a Escritura, deturpam o que Cristo
disse e a Fé que Deus nos deu; é patriótico porque importa defender o País dos grandes
lobbies e ladrões e é solidário atendendo ao número das pessoas que foi
estripada dos seus filhos, famílias, valores e haveres, aqui e noutras partes
do mundo. Decididamente Portugal não tem sorte com os incêndios, porque ainda
antes que o de Pedrogão Grande deflagrasse, já o da IURD consumia pelas chamas
muitos lares portugueses. Há que estar atento, pois é sabido que os
governos pouco aprendem com os erros e que o povo esquece depressa.
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