Anteontem,
sexta-feira dia, 22 de dezembro de 2023, a instrução aconteceu ao início da
noite e teve como objectivo sublimar a expressão corporal para tornar os cães
numa extensão dos seus condutores, esmero só possível pelo controlo e
transmissão das emoções humanas que dispensam ou substituem, total ou
parcialmente, as ordens verbais ou sonoras, como se tratasse de percepção extra-sensorial
pela subtileza das ajudas aplicadas. Conforme se pode ver no GIF acima, sobre
um estreito plano elevado, foi pedido à Svetlana que executasse com o FSM Vlad
o tricomando básico, os comandos de “Alto”, “Senta” e “Deita”. Sem nada a
acrescentar à irrepreensível postura corporal da jovem, ouso desnudar duas
imperfeições na sua execução. A primeira diz respeito ao tempo a guardar entre
as figuras de imobilização – no mínimo 3 segundos – para que doravante o
alano-molosso não faça automaticamente e à revelia da ordem dada, “alto”, “senta”
e “deita” de uma assentada. Por outro lado, e nisto é também o GIF revelador, o “Deita”
resultou imperfeito, porque o que o cão ao deitar-se enganchou a mão direita, ao
invés de a estender completamente, ao ponto de ficar paralela com a outra.
Também nisto temos que isentar de culpa o Fila, porque a imperfeição patenteada
resultou da ordem apressada do “deita”, uma vez que a condutora suspendeu o comando
gestual antes do cão ter distendido completamente os anteriores, violando
assim aquela regra básica que reclama pela sincronia entre o comando gestual e
a acção do cão. Todavia, está a Svetlana de parabéns, a evidenciar progresso e
a perspectivar maior acerto.
A sincronia operativa entre donos e cães através da linguagem gestual, por vezes imprescindível ao sucesso de certas manobras de segurança, exige o ensino prévio dos donos, que para além dos necessários requisitos técnicos, vão ter que aprender a controlar os seus nervos e a desusar acções instintivas que obstam ao bom entendimento com os cães, que carecem de compreender os donos e de serem por eles compreendidos. No GIF acima, exactamente no mesmo local, vemos o José António a solicitar ao FSM Doc o “Deita Automático”, ordem onde podemos identificar imediatamente 3 imperfeições. A primeira diz respeito à imobilização (travamento) do cão, que não obedeceu prontamente ao “Alto”, distraindo-se até a farejar, impropriedade resultante da inacção da mão do condutor. A segunda remete-nos para o comando de “Deita” propriamente dito, que foi demasiado forçado no seu primeiro momento, tanto que o cão se viu obrigado a virar a cabeça para o lado direito. E como se isto não bastasse, o José António ainda agachou os rins na hora de deitar o cão, como reforço do comando gestual e na procura de maior celeridade. Não é automático nem fácil transitar de um método de ensino baseado na punição para outro que não dispensa o reforço positivo, porque o segundo exige maior empenho e responsabilidade aos donos do que de serem meramente obedecidos. Como perfeccionista que é e com o cão que tem, o caminho do José António na cinotecnia só poderá ser o do sucesso. Participaram nos trabalhos os seguintes binómios: João Mendonça/Bebé; José António/Doc; José Maria/Drako; Paulo/Bohr e Svetlana/Vlad.
Sem comentários:
Enviar um comentário