Continuamos
sem conseguir definir em absoluto aquilo que é o tempo, será que assiste alguma
razão aos adeptos da Hipótese de Simulação (1)? Não restam dúvidas que celebramos o Natal
e que nos vemos aqui. Ontem reencontrámo-nos em esparsos momentos matinais no
local predeterminado com o mesmo objectivo de sempre – acendrar (2) os donos e ensinar os cães – e isto porquê? Porque os
donos carecem de aperfeiçoamento e os cães não aprendem sozinhos! Apostado em aprimorar
os donos e proceder à sociabilização dos cães, a enfâse dos trabalhos recaiu
sobre a condução em liberdade e os exercícios conjuntos (de grupo), porque a
condução dos cães em liberdade não tem qualquer préstimo e até se torna
perigosa sem o alcance da sociabilização. Na foto abaixo é possível ver os
binómios Afonso/Thor e José António/Doc a executar em sincronia uma vertical de
endurance.
Depois
de vários exercícios conjuntos e diversas execuções de obstáculos com os cães
enfileirados, para reforço da sociabilização ainda em falta, procedeu-se ao
alinhamento dos binómios e foi pedido os cães que avançassem sozinhos para o
obstáculo colocado na sua frente. O adiantamento dos cães, para além de
reforçar a condução nuclear (3), visava a sua interacção e obediência com
os donos na sua retaguarda.
Por
outro lado, exercícios deste tipo, estando os cães mais fortes controlados,
possibilitam o fortalecimento do carácter dos mais fracos pelo exemplo e pelo peso
social do grupo. A recorrência aos exercícios conjuntos, cuja principal meta é
a sociabilização inter pares, tem como objectivo a constituição da matilha
escolar heterogénea, que constituindo-se em experiência feliz na escola, trará
os cães da classe para o exterior sem maiores atropelos e melhor controlados.
No
início, ao emparceirar-se os cães, dever-se-á juntar um cão dominante a um
submisso para se evitarem lutas e desacatos indesejáveis, o que mais
dificultará a sociabilização. Depois, com todos os cães devidamente controlados
e sociabilizados, todos os cães poderão fazer equipa com todos.
Os
exercícios conjuntos sobre obstáculos que obrigam ao cruzamento frontal dos
cães são os que exigem maior reparo por parte dos condutores, porque tanto
podem constituir-se em desafio para alguns animais, como em inibição para
outros. Conforme se pode ver no GIF seguinte, ao invés de se optar por um
cruzamento de saltos verticais, o que acabaria por inibir o cão mais fraco,
optou-se por pôr o cão dominante a fazer “abaixo” e o submisso “up”, sem
contudo desprezar o cruzamento frontal tão necessário ao robustecimento do cão
submisso.
Participaram
nos trabalhos os seguintes binómios: Afonso/Thor; David Goldman/Gaia; David
Moura/Smoke; Jorge/Soneca; José António/Doc; José Maria/Drako; José Maria/Süße;
Oded Goldman/Boss; Paulo/Bohr; Slavi/Jorik; Tomás/Dingo e Viv/Kiara. O binómio
Claudio/Balzac foi a banhos, à procura de tempo mais quente lá para as terras
do Algarve, retornando brevemente. O Plano de Aula foi cumprido.
(1) A Hipótese da Simulação ou Argumento da Simulação propõe que a realidade é uma simulação e que aqueles que vivem nela não estão conscientes disso. (2) Verbo latino onde fomos buscar o nome “Acendura”, que entre outras coisas é sinónimo de afinar; aperfeiçoar; apurar; polir; purificar; refinar e sublimar. (3) Condução canina que possibilita simultaneamente a maximização do esforço animal e a minimização do esforço humano.
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