segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

ESPARSOS MOMENTOS MATINAIS

 

Continuamos sem conseguir definir em absoluto aquilo que é o tempo, será que assiste alguma razão aos adeptos da Hipótese de Simulação (1)? Não restam dúvidas que celebramos o Natal e que nos vemos aqui. Ontem reencontrámo-nos em esparsos momentos matinais no local predeterminado com o mesmo objectivo de sempre – acendrar (2) os donos e ensinar os cães – e isto porquê? Porque os donos carecem de aperfeiçoamento e os cães não aprendem sozinhos! Apostado em aprimorar os donos e proceder à sociabilização dos cães, a enfâse dos trabalhos recaiu sobre a condução em liberdade e os exercícios conjuntos (de grupo), porque a condução dos cães em liberdade não tem qualquer préstimo e até se torna perigosa sem o alcance da sociabilização. Na foto abaixo é possível ver os binómios Afonso/Thor e José António/Doc a executar em sincronia uma vertical de endurance.

Depois de vários exercícios conjuntos e diversas execuções de obstáculos com os cães enfileirados, para reforço da sociabilização ainda em falta, procedeu-se ao alinhamento dos binómios e foi pedido os cães que avançassem sozinhos para o obstáculo colocado na sua frente. O adiantamento dos cães, para além de reforçar a condução nuclear (3), visava a sua interacção e obediência com os donos na sua retaguarda.

Por outro lado, exercícios deste tipo, estando os cães mais fortes controlados, possibilitam o fortalecimento do carácter dos mais fracos pelo exemplo e pelo peso social do grupo. A recorrência aos exercícios conjuntos, cuja principal meta é a sociabilização inter pares, tem como objectivo a constituição da matilha escolar heterogénea, que constituindo-se em experiência feliz na escola, trará os cães da classe para o exterior sem maiores atropelos e melhor controlados.  

No início, ao emparceirar-se os cães, dever-se-á juntar um cão dominante a um submisso para se evitarem lutas e desacatos indesejáveis, o que mais dificultará a sociabilização. Depois, com todos os cães devidamente controlados e sociabilizados, todos os cães poderão fazer equipa com todos.

Os exercícios conjuntos sobre obstáculos que obrigam ao cruzamento frontal dos cães são os que exigem maior reparo por parte dos condutores, porque tanto podem constituir-se em desafio para alguns animais, como em inibição para outros. Conforme se pode ver no GIF seguinte, ao invés de se optar por um cruzamento de saltos verticais, o que acabaria por inibir o cão mais fraco, optou-se por pôr o cão dominante a fazer “abaixo” e o submisso “up”, sem contudo desprezar o cruzamento frontal tão necessário ao robustecimento do cão submisso.

Participaram nos trabalhos os seguintes binómios: Afonso/Thor; David Goldman/Gaia; David Moura/Smoke; Jorge/Soneca; José António/Doc; José Maria/Drako; José Maria/Süße; Oded Goldman/Boss; Paulo/Bohr; Slavi/Jorik; Tomás/Dingo e Viv/Kiara. O binómio Claudio/Balzac foi a banhos, à procura de tempo mais quente lá para as terras do Algarve, retornando brevemente. O Plano de Aula foi cumprido.

(1) A Hipótese da Simulação ou Argumento da Simulação propõe que a realidade é uma simulação e que aqueles que vivem nela não estão conscientes disso. (2) Verbo latino onde fomos buscar o nome “Acendura”, que entre outras coisas é sinónimo de afinar; aperfeiçoar; apurar; polir; purificar; refinar e sublimar. (3) Condução canina que possibilita simultaneamente a maximização do esforço animal e a minimização do esforço humano.

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