Ninguém
duvida que Israel depende dos cães de combate para o sucesso da sua incursão na
Faixa de Gaza contra o Hamas e outros grupos radicais. Os militares das IDF não
escondem que seus os cães apoiam unidades de comando de elite e salvam vidas de
soldados. Contudo, outra coisa não seria de esperar, a unidade canina israelita
Oketz também atrai críticas. Estes cães procuram explosivos e são os primeiros
militares israelitas a entrar em túneis e outras áreas que poderão estar
armadilhadas na Faixa de Gaza. Israel depende fortemente destes cães na sua
campanha militar para expulsar o Hamas e outros grupos extremistas do labirinto
de túneis e edifícios destruídos em Gaza. “Os cães estão a fazer um trabalho
incrível”, disse o principal porta-voz militar das forças armadas de Israel, o contra-almirante
Daniel Hagari, num briefing na sexta-feira, dia 22 de dezembro de 2023, depois
que os militares divulgaram um vídeo de um cão a explorar um túnel. Todavia, esta
unidade militar canina também atrai críticas, maioritariamente dos seus
opositores no terreno. Israel diz que os seus cães apoiam unidades de comando
de elite e salvam vidas de soldados, em oposição aos seus críticos que dizem ser
os cães indevidamente usados para intimidar as pessoas.
O
uso dos cães no conflito voltou a ser o centro das atenções esta semana, quando
o almirante Hagari disse que o exército enviou recentemente um cão, equipado
com uma câmara de vídeo, para um complexo de edifícios com o objectivo de limpar
a área. O cão acabaria baleado e morto, sendo o seu encontro com os militares
também registado pela mesma câmera. A câmera, posteriormente recuperada, também
captou as vozes de três reféns israelitas que teriam escapado depois que
soldados mataram os seus opositores. Mais tarde, o vídeo tornou-se uma prova
importante, depois dos reféns terem sido baleados e mortos por engano por
soldados israelitas, porque mostrou que estes estiveram bem perto de encontrar
os reféns antes de serem mortos. Entretanto, vários cães já perderam a vida nas
forças armadas de Israel, conhecidas como Forças de Defesa de Israel (IDF). No
passado mês de novembro, militares israelitas publicaram nas redes sociais a
notícia da morte de quatro cães que ajudaram a descobrir armadilhas e arsenais
de armas. “Cães especialmente treinados desempenham um papel essencial nas
atividades operacionais das FDI dentro de Gaza”, podia ler-se no post.
Anualmente,
cerca de 100 soldados são convocados para um curso de treino com a duração de
16 meses para ingressar na unidade canina de Israel (Oketz), segundo adiantou
um porta-voz militar israelita, o tenente-coronel Richard Hecht. O uso de cães
pelos militares de Israel tem sido fortemente criticado. Num briefing realizado
no passado domingo, na véspera de Natal, Hussam Abu Safiya, chefe do
departamento pediátrico do hospital Kamal Adwan em Gaza, acusou os militares
israelitas de libertarem cães de ataque num ataque ao hospital e apelou a uma
investigação internacional, segundo informou a imprensa turca. Os militares
israelitas invadiram o hospital durante vários dias na semana passada. Um
porta-voz militar não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. Em
Setembro, antes do início da guerra em Gaza, o jornal israelita Ha'aretz
noticiou que soldados revistavam as casas de palestinianos na Cisjordânia
usando um cão para intimidar familiares do sexo feminino. Este foi um de vários
vários incidentes envolvendo cães militares que foram manchetes em Israel ao
longo dos anos.
Os cães têm uma longa história de participação em conflitos militares, história que remonta a 600 AC. Em 1942, os Estados Unidos criaram a primeira unidade canina oficial do exército, usando as forças especiais norte-americanas cães nos ataques que mataram o líder da Al Qaeda, Osama bin Laden, em 2011 e Abu Bakr al-Baghdadi, líder do Estado Islâmico, em 2019. A Oketz viria a ser formada em 1954 e a chegada dos cães militares para os paraquedistas portugueses aconteceria poucos anos mais tarde. Porém, o uso dos cães na guerra não deixa de ser controverso, porque os animais não gozam de nenhum estatuto legal, continuam na prática a ser considerados essencialmente como equipamentos ou tecnologia, não se alistam por vontade própria e tal como os seus parceiros humanos podem ficar traumatizados e apresentar cicatrizes psicológicas resultantes da sua participação em diversos conflitos. Continuam a marchar para a guerra porque ainda não se encontrou quem os consiga substituir completamente e porque continuam a ser insubstituíveis a salvar vidas humanas. Como cães de guerra que são, envolvidos numa luta de vida ou de morte, os cães da Oketz são amados pelos seus treinadores israelitas e odiados pelos seus opositores.
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