No
município espanhol de Arona, localizado na província de Santa Cruz de Tenerife,
na comunidade autónoma das Canárias, foi aprovada uma nova legislação que impõe
sanções rigorosas aos proprietários caninos menos asseados. A não recolha de
excrementos caninos é considerada uma contra-ordenação grave e pode resultar em
multas entre 500 a 10.000 euros. A urina de cachorro também pode resultar em
multas se não for diluída com pelo menos um pouco de água. A cidade respondeu
às repetidas reclamações sobre fezes e urina de cão nas ruas, playgrounds,
parques, calçadas e fachadas. Clari Pérez (na foto seguinte), responsável pelo
meio ambiente do município, enfatizou a necessidade de proteger o meio ambiente
e a saúde pública. No entanto, activistas dos direitos dos animais e alguns
activistas dos direitos civis criticam o facto da má conduta de alguns donos de
cães ser projectada a todos os níveis. Além de fazer cumprir a nova lei, serão
criadas em Arona campanhas de sensibilização e apoiada a criação de parques
caninos para dar aos cidadãos a oportunidade de proporcionar aos seus cães um
espaço adequado. Pérez sublinhou a necessidade de garantir “socialização,
exercício e caminhadas sem trela – tudo em boas condições de saúde e
segurança”, mas não disse como isso será alcançado, enquanto as sanções já
estão a ser aplicadas.
Depois de andarem anualmente a matar e a torturar galgos ao magote, os espanhóis acordaram finalmente para o mundo dos cães, para o seu bem-estar e necessidades, particularmente em locais como Tenerife cuja principal actividade económica é o turismo, como de resto acontece com a ali tão próxima Ilha da Madeira. Se o respeito e o amor pelos animais nem sempre foi histórico entre os espanhóis, o apego ao dinheiro é-lhes cultural. Como não brincam com o turismo e os cães viajam hoje com os seus donos para toda a parte, despontam agora por toda a Espanha lugares e cidades catalogadas de “dog-friendly” (são precisos mais hotéis que aceitem cães). Há por cá quem não goste de espanhóis e diga mal deles, quem ignore que a Espanha é uma manta de retalhos no que concerne às suas etnias (nós somo-lo em ponto pequeno), mas quisera eu que o grosso dos portugueses fosse tão pragmático e patriótico como são os espanhóis.
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