sexta-feira, 16 de setembro de 2022

PARLONS DE MAMBO

 

Não vou falar de nenhuma divindade do vudu jamaicano, mas da trágica história de vida de um pinscher anão vermelho chamado MANGO, que morreu ontem com 16 anos de idade, quinta-feira, dia 15 de setembro, numa clínica veterinária em Rivesaltes, no departamento francês dos Pirinéus Orientais. Em agosto de 2009, na localidade francesa de Espira-de-l’Agly, ao encontrar-se abandonado, Mambo, foi encharcado em gasolina e queimado vivo por dois jovens de 16 e 22 anos, meninos que também poderiam ser capazes, sem qualquer dificuldade e caso se lembrassem disso, de largar fogo à avozinha de um deles ou de imolar um indefeso mendigo – eram meninos para isso! Felizmente o cão conseguiu sobreviver, tornando-se num dos grandes símbolos do abuso animal em França.

O sucedido a este Pinscher vermelho foi amplamente divulgado nos media franceses e nas redes sociais, mobilizando muita gente destacada e notável par o salvar, personalidades várias nas quais se incluíram Alain Delon, Brigitte Bardot, Michel Drucker e Zinedine Zidane. A somar a isto, procedeu-se a uma petição que juntou mais de 10.000 assinaturas e 200 pessoas acabaram por manifestar-se em frente ao tribunal de Perpignan durante o julgamento dos dois imoladores, que foram condenados a 2 e 6 meses de prisão (?!), respectivamente por cumplicidade (participação no crime) e por graves abusos e crueldade contra animal.

Gravemente queimado, o pequeno Pinscher foi recolhido pela SPA e posteriormente adoptado por um dos seus voluntários, Dany Goizé, o mesmo que ontem noticiou emocionado a morte do seu companheiro Mambo, que tudo fez para nele apagar a imolação e transformar a sua vida num verdadeiro conto de fadas. Julgo que as penas aplicadas pelo tribunal de Perpignan consideraram mais a idade dos imoladores do que a gravidade dos seus crimes. Oxalá aproveitem a oportunidade que lhes foi dada, se arrependam dos seus actos e não continuem na senda do crime, como tantas vezes acontece. Ontem morreu uma vítima e um sobrevivente, chamava-se Mambo e foi duro de morrer! Por tudo o que representou e continuará a representar, finou-se o cão, mas a sua história de vida não será esquecida!

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