Com a delinquência juvenil a aumentar entre nós, o adestramento canino, no seu sentido mais lato, poderá ser uma ferramenta extremamente válida para o seu combate, enquanto actividade disciplinadora, carente de regras, de progresso agradável e portadora de bem-estar tanto para pessoas como para animais. Caso o adestramento canino fosse implementado nos centros de detenção juvenil, os jovens ao sair dali poderiam enveredar por uma via profissionalizante, isto se os seus mestres fossem devidamente credenciados para o efeito, não faltando por aí adestradores seniores das polícias e das forças armadas disponíveis para a tarefa, para além de alguns que ainda se encontram no activo ou dos guarda prisionais que eventualmente quisessem habilitar-se nesta especialidade. O simples facto dos detidos trabalharem para outrem, tornando-se assim úteis, necessários à sociedade e vendo reconhecidos os seus esforços, é indubitavelmente um pressuposto válido para a sua futura reintegração social, sabendo-se de antemão que a ausência de ocupação e a ociosidade são cauda de muita detenção. Programas semelhantes ao que agora preconizo já se encontram em funcionamento nas prisões norte-americanas destinadas a adultos, onde o seu êxito tem sido assinalado e reconhecido. Se os centros de detenção juvenil apostarem francamente na formação dos detidos, estou certo que muitos deles não irão transitar dali para as prisões, como é comum acontecer. Devido aos benefícios que já provou trazer, o adestramento canino deveria estender-se, sempre que possível, às prisões e aos centros de detenção juvenil. Pergunta-se: se a reinserção social destes indivíduos é primordial, porque não começá-la logo dentro dos centros de detenção e das prisões?
segunda-feira, 5 de setembro de 2022
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