Quero
relatar para os meus leitores, por ser de interesse geral, um incidente
ocorrido ontem, domingo, em Munique, nas escadas rolantes de uma estação
ferroviária, onde o cão de uma senhora idosa ficou preso pela cauda. Valeu na circunstância
ao pobre animal a pronta ajuda de alguns transeuntes, que de imediato pararam a
dita escada rolante, chamando depois as equipas de resgate, uma vez que o cão
continuava preso. Com a ajuda de várias ferramentas e cunhas, os bombeiros
conseguiram finalmente libertar o animal, enquanto a sua dona era assistida
pelos serviços de emergência e acalmada por alguns transeuntes. Após isto, o
cão, que se chamava Charlie, regressou com a sua dona a casa depois daquele
tremendo susto. Como dizia o grande William Shakespeare numa das suas peças
teatrais, “All's Well That Ends Well” (tudo está bem quando acaba bem) e foi
assim que aconteceu, muito embora a maioria dos incidentes com cães não tenha
um final feliz.
Todos o cães precisam de aprender a andar nas escadas rolantes, mormente os cães-guia, os de serviço e os de apoio emocional que acompanham os donos para todo o lado (também os de patrulha). Os donos cujos cães não conseguiram ultrapassar o pânico às escadas rolantes, ou desusam-nas ou vêem-se obrigados a carregá-los ao colo. A maneira correcta de um cão descer umas escadas rolantes é com as patas dianteiras num degrau e as traseiras no degrau seguinte, sendo transportado inclinado para a frente, exactamente como desceria um declive idêntico. O condicionamento que se pede nas descidas é o mesmo que se exige nas subidas, com o cão apoiado em dois degraus, mas agora com os membros anteriores apoiados no degrau da frente. Nas saídas, quer se suba ou desça, os donos devem adiantar-se em relação aos cães, dando-lhes assim o exemplo e ajudando-os com isso a vencer qualquer receio comprometedor. Aqueles que persistem em sentar os seus animais nas escadas rolantes, deverão atempadamente mandá-los pôr de pé perante a aproximação das saídas, para que não fiquem presos naquele mecanismo. Os cães de manto mais peludo e os de cauda comprida, tombada e felpuda merecem uma atenção redobrada. Observe estas recomendações se não quer ficar com algum domingo estragado como ficou a senhora de Munique, que por pouco não ficava com um cão de cauda amputada.
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