Ouvi
a sentença que intitula este texto da boca de um contador de larachas, que quase
sempre a repetia e que não vejo há algum tempo, quando se referia a situações
onde o prévio pagamento era indispensável. E lembrei-me da frase a propósito de
um procedimento dos Sapadores Bombeiros do SDIS (Service
Départemental d'Incendie et de Secours des Hautes-Alpes) que ao serem chamados
para resgatar um cão de um penhasco, se recusaram intervir sem o pagamento prévio
de 600€, debaixo do pretexto “quando não há emergência vital ou risco para a
propriedade, cobramos por este tipo de intervenção", rigor que só enaltece
a sensibilidade da direcção e de toda a corporação daqueles bombeiros, gente
indubitavelmente altruísta e piedosa!
Preso
durante 3 dias num penhasco na localidade francesa de La Saulce, na região
administrativa de Provence-Alpes-Côte d'Azur, no departamento de Hautes-Alpes,
um cão foi finalmente resgatado no passado domingo, dia 11 de setembro, graças ao
empenho de alguns membros de LA
SOCIÉTÉ PROTECTRICE DES ANIMAUX (SPA) SUD ALPINE.
O cão
(na foto seguinte), um PASTOR
SUÍÇO à volta de um ano de idade, encontrava-se seriamente
desidratado e apresentava sinais de ter sido vítima de maus tratos. Quem o
descobriu foi um morador de La Saulce, que inicialmente deu o alerta ao ver o
animal preso num penhasco à frente de sua casa. Os bombeiros foram contactados
e, como já se disse atrás, não intervieram! Não obtendo dos bombeiros a ajuda
esperada, o morador dirigiu-se e bem à SPA
SUD ALPINE.
Sem
o apoio dos bombeiros, foi preciso criar uma corrente de solidariedade para
organizar o resgate daquele cão. Oito voluntários responderam afirmativamente,
entre eles um soldado do IV
REGIMENTO DE CAÇADORES ALPINOS DE GAP, especializado em resgate
de montanha. Após uma primeira localização realizada no sábado à noite, a
intervenção foi marcada para as 07h30 do passado domingo. Foram necessárias
seis horas, incluindo duas horas de abordagem, para resgatar o animal em
perigo, segundo indicam os media locais. De acordo com os exames médicos
realizados no refúgio para onde o animal foi enviado, este já se encontrava em
avançado estado de magreza, antes mesmo da sua desventura pelas montanhas. O
proprietário do animal entrou em contacto com o abrigo e um inquérito sobre
abuso de animais foi aberto.
Se porventura ninguém aparecesse e ninguém se dispusesse a pagar os 600€, deixar-se-ia apodrecer aquele Pastor Suíço no penhasco? Talvez para aqueles bombeiros fosse melhor, porque alguém certamente lhes pagaria pela remoção do cadáver! As ocorrências aos domingos são sempre muito complicadas, o pessoal é pouco e a vontade não é nenhuma!
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