As
distintas variedades cromáticas recessivas, aceites ou não, presentes no Cão de
Pastor Alemão, quando criadas isoladamente e sem o contributo da variedade
dominante (preto-afogueado), tendem a evoluir a rumo próprio e a
descaracterizar-se em relação ao padrão oficial da raça. Quando assim se
procede, muitos dos segredos relativos à construção da raça são descobertos,
mas em simultâneo há um retrocesso e um desprezo pelas mais-valias operadas na selecção
deste lupino que não devem ser desprezadas, obra de criadores sérios que ao
longo do tempo tudo fizeram para o enaltecer.
Verdade seja dita: não há nada melhor que um bom preto-afogueado! Contudo, para ser bom, tanto do ponto de vista morfológico quando do laboral, necessita do contributo das outras variedades cromáticas que o estalão aceita (lobeira e preto). Os melhores preto-afogueados (capa preta) que tenho visto e criado resultaram da multivariedade cromática presente no Cão de Pastor Alemão e os recessivos de qualidade superior nunca puderam negar o contributo do preto-afogueado na sua construção. Por tudo isto, o CPA é ainda um cão em construção e com muito para dar, dispensando por enquanto o retorno anterior à sua proto-selecção, quando pouco ou nada o distinguia de pastores belgas e holandeses. Criar Pastores Alemães é uma questão de cultura, amor e tradição, obra de gente que veio para servir.
Sem comentários:
Enviar um comentário