As
nossas fotos e os nossos GIFs têm um propósito pedagógico e por isso são
publicados sem filtros, para que os visados aprendam com os seus erros e
melhorem a sua prestação. Não se trata aqui de incriminar ou de troçar de alguém,
mas de explicar para todos o que está certo ou errado. No GIF acima, no
cruzamento de dois cães sobre a passerelle, o mais difícil foi alcançado,
porque o Labrador cumpriu com o que lhe foi exigido ao deitar-se para facilitar
a passagem à Pastora Alemã. Porém, se repararmos com atenção, vemos que o seu
condutor repete o comando gestual de “deita”, obrigando o cão a desobedecer à
primeira ordem. Caberá a culpa ao Labrador? De maneira nenhuma! Quando se
reforçam os comandos verbais com os gestuais ou se usam os últimos isoladamente,
é obrigatório existir uma perfeita sincronia entre o gesto e o movimento ou
figura do cão. Neste caso o condutor foi apressado demais, tão apressado que o
cão não viu o que ele queria. O movimento da mão do condutor deveria ter reproduzido
os três momentos presentes no “deita”, estendendo o seu braço aquando da
projecção dos anteriores do animal, porque só assim haveria perfeita sincronia
entre o gesto e a acção requerida. Lamentavelmente, o condutor em questão esteve
literalmente a falar para o boneco (adestramento é arte e em algum momento a educação dos donos terá que acontecer).
No GIF acima, também na Passerelle, com o Labrador a ser conduzido de modo nuclear e a Pastora de modo dinâmico, é pedido aos cães avancem em direcção um do outro e que num último momento retornem ao seu ponto de partida, o que veio a verificar-se. Todavia, o condutor da CPA partiu atrasado ou deixou-a atrasar e a inversão de marcha dos cães não aconteceu ao meio da prancha central como foi pedido (a velocidade com que a cadela retrocedeu deveria ser igual à usada na entrada do obstáculo). Também o condutor do Labrador não fica isento de culpas, porque deveria ter cadenciado a marcha do seu cão de acordo com a cadência que a CPA trazia, enquanto parte de um binómio mais antigo e experimentado. Estes exercícios foram desenvolvidos debaixo de alguma pressão para forçar os automatismos, são próprios das obediências dinâmica e nuclear e destinam-se aos binómios mais evoluídos mas ainda com grande margem de progresso. Daqui agradecemos a colaboração dos intervenientes e o olhar sempre atento do nosso carismático e compassivo fotógrafo, sem o qual seria bem difícil ilustrar aquilo que ensinamos.
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