Uma
octogenária no município alemão de Deuerling, na Baviera, ontem, quarta-feira,
dia 25 de março, ao entrar numa propriedade para entregar umas compras, foi
atacada por um cão que a mordeu nas nádegas, no braço esquerdo e na perna
direita. De acordo com o que a polícia disse hoje, o cão escapou-se de um canil
pouco seguro. Depois do ocorrido, dois adestradores policiais conseguiram
trancar o animal. O proprietário do cão espera agora uma acusação de lesão
corporal negligente.
Os mais idosos, logo a seguir às crianças com menos de 6 anos, são as vítimas mais procuradas pelos cães, acabando por ferir muitos e matar uns quantos. Porque se comportarão os cães assim diante dos idosos? Basicamente por causa da sua apresentação, comportamento e handicaps, que associados ao medo e à ignorância, tendem a chamar negativamente à atenção dos cães mais bravos, que nos casos de intromissão, não hesitarão em cair em cima deles, vendo-os mais frágeis e por isso mesmo presas ao seu alcance. A fuga inadvertida mas compreensível de idoso com incontinência, por exemplo, é um tónico excelente para os cães caçadores de homens, porque associam aquele odor à consequente captura. Num mundo de velhos, particularmente nas sociedades ocidentais, a sociabilização canina com os mais idosos é uma tarefa obrigatória, porque mal estaríamos se aqueles que o Covid não levou viessem morrer à boca dos cães! Desde que há mundo e até hoje, questiona-se o que une a humanidade e qual a sua opção, se o crime ou a fraternidade. Eu acredito na fraternidade, muito embora continue a ver crimes em demasia. Debaixo desta preocupação, chamo os mais idosos para as nossas actividades e vamos ao seu encontro sempre que os avistamos. Está nas nossas mãos alterar a estória do “Lobo-mau” ou do “Capuchinho Vermelho”.
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