O amor dos alemães pelos cães é histórico e na Baviera há muitos e das mais variadas raças. Em Marktgraitz, município no distrito de Lichtenfels, na região administrativa da Alta Francónia, a morte de uma dúzia de galinhas e de um veado é imputada a um Husky pertencente a um homem de 25 anos, que normalmente circula com ele solto e que foi visto a rondar os galinheiros. O dono das aves deu com as galinhas mortas no seu jardim e comunicou às autoridades. Quando o responsável local pela caça visitou o proprietário do Husky na sua residência, descobriu também um veado recém-rasgado anteontem (terça-feira), que um amigo disse ter sido trazido morto para aquela propriedade. O dono do Husky é agora acusado de danos à propriedade e de caça furtiva, atendendo à morte das galinhas e à morte e transporte do veado sem ter avisado as autoridades cinegéticas.
Contrariamente
ao que muita gente pensa, os Huskies são uns caçadores inveterados e de tal
maneira o são, que há quem os use na caça grossa, nomeadamente na caça ao veado,
prestando-se como preciosos auxiliares de caçadores eventuais, legais e
furtivos, podendo por isso também ser usados na caça ao javali, que alcançam
primeiro, mas que não conseguem deter. Quando entregues aos seus instintos, os
Huskies transformam-se em predadores de topo, caçando toda a sorte de aves e
roedores, tanto em tocas como nas capoeiras, não se escusando inclusive em
invadir um aviário. Pouco a pouco, um pouco à boca calada, os nossos caçadores
foram descobrindo os méritos deste cão lupino e de um momento para ou outro,
começaram a desaparecer Huskies e a aparecer uma variedade de cães-coelheiros e
de levante com um ou dois olhos claros, conforme podem ainda ser vistos nos
abrigos caninos.
Devido
ao seu forte instinto caçador, para se evitar males maiores e a suas
repercussões, se os animais não se destinarem à caça, todos os Huskies deverão
ser objecto de uma precoce e bem-sucedida sociabilização com animais domésticos
e não-domésticos, maiores ou menores do que eles, porque já os vi cair sobre os
quartos traseiros de ovelhas, cabras, vacas e cavalos; a “depenar” papagaios e
pavões; a sacudir mortalmente chinchilas, iguanas e gatos; a matar coelhos e
galinhas “como um pato a engolir carochas”.
Do
mesmo modo, até porque o fazem de modo dissimulado, assim como quem não quer a
coisa, os Huskies, particularmente os machos, deverão gozar de uma excelente
sociabilização com os cães de outras raças, para evitar que os ataquem. O Husky
é um cão alegre e endiabrado que está ao nosso lado e que sempre quer ir
avante, um doce companheiro que está sempre com “os olhos postos no burro e no
cigano”, graças à sua carga instintiva, por norma bem superior à encontrada
noutros cães.
Dono de uma biomecânica invejável, atleta de nomeada, resistente, rústico, anfíbio, com excelentes aprumos e dotado de uma máquina sensorial próxima à dos animais silvestres, o Husky tem tudo para ser um predador/caçador de nomeada que, quando demasiado confinado, facilmente envereda pela letargia ou por um conjunto de taras, já que é um excursionista por natureza e nisso nem pelo dono espera. Visando a sua constituição como cão de companhia, sabendo-se que reclamará por exercício físico e novidade nos passeios, o Husky deverá entrar nas escolas caninas aos 4 meses de idade e o seu acerto ser felicitado com efusivos jogos de captura, que variarão de acordo com o seu crescimento/amadurecimento e progresso escolar. Apesar de Husky ser sinónimo de paciência, não há nenhum que não se encante com os obstáculos e os exercícios de ginástica.
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