terça-feira, 23 de março de 2021

ENQUANTO OS ADULTOS ENCHIAM A PANÇA, MORRIA UMA CRIANÇA

 

Tudo se passou no município francês de Pouancé, localizado 66 km de Angers (Maine-est-Loire), no passado domingo, dia 21 de março, pelas 15 horas, nas instalações de um criador de cavalos. Enquanto os adultos ainda se encontravam à mesa, uma menina de seis anos (6), filha de uns amigos do dono da casa, levantou-se e foi ver os cavalos como era seu hábito e reza a investigação em curso. Estranhando a demora da criança, a mãe foi procurá-la e encontrou-a caída no chão, já morta e mordida várias vezes por uma pastora alemã pertencente ao proprietário equino. Quando os gendarmes chegaram ao local da lamentável ocorrência, a cadela tinha acabado de ser morta pelo dono e outros dois cães encontravam-se encerrados numa box. Foi aberta uma investigação por homicídio culposo por dentadas de cão. O dono e carrasco do animal foi ouvido e não foi levado sob custódia. O corpo da menina, originária de Ille-et-Vilaine, foi entregue ao instituto forense para exames.

Esta sintético notícia choca-me profundamente, primeiro pela escusada morte da menina, depois pelo assassínio da cadela e finalmente pela eventual impunidade dada à mãe da criança, cuja primeira obrigação era olhar pela filha num lugar daqueles, mesmo que não houvesse ali cães, porque os cavalos também escoiceiam. Quanto ao dono da cadela, que considero bruto e justiceiro, agiu debaixo da máxima “esta não mata mais ninguém”. Bruto, porque não tinha a cadela sociabilizada e justiceiro porque agiu em causa própria, acabando a cadela por pagar pelos seus erros, cuja morte não devolveu a vida à menina, mas impediu que o animal vivesse e viesse a ser educado convenientemente. Gente como este criador de cavalos só deverá ter cães no dia em que estes viverem felizes presos a uma manjedoura, durmam de pé e relinchem pela palha ou pela fava-ratinha. A ignorância, a irresponsabilidade e o despreparo de alguns donos está a induzir os seus cães a matar crianças, cujo número de óbitos cresce de acordo com o aumento dos cães entre nós. Por tudo isto, facilmente se compreende que os cães não são para toda a gente e muito menos serão os filhos.

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