A
cidade mediterrânica francesa de Marselha, que dizem as más-línguas ter perdido
o esplendor de outrora e ser hoje um antro de cultura antigaulesa, de
actividades ilícitas e de criminalidade, tem no seu brasão de armas a frase
latina “Actibus immensis urbs fulget Massiliensis” ("Pelas suas grandes
acções, a cidade de Marselha brilha"), saltou para a ribalta das notícias
internacionais sobre animais por conta de um proprietário canino que deitou no
caixote do lixo o seu cachorro de 3 meses, depois de supostamente o ter
queimado (80% do corpo) e espancado no passado mês de fevereiro, vindo em
função disso a ser-lhe aplicada a prisão preventiva pelo tribunal de
Bouches-du-Rhône. Foi uma vizinha que alertou a SPA (Société Protectrice des
Animaux) após ouvir os uivos do cachorrinho. Acompanhada pela polícia, a
referida associação deslocou-se à residência do suspeito mas não foi possível
deter o indivíduo por falta de provas. No dia seguinte, o cachorrinho viria a
ser encontrado por alguns transeuntes dentro de um contentor de lixo.
Atendido pela SPA, o animal foi tratado das queimaduras de terceiro grau presentes em 80% do seu corpo. A associação também teve que remover um dos seus olhos. A SPA apresentou uma queixa e foi aberta uma investigação. O dono do cachorro viria a ser localizado dois dias depois, mas teria recusado revelar sua identidade. Depois de se ter passado por louco, conseguiu escapar-se durante um exame psicológico, acabando por ser apanhado pela polícia que o levou debaixo de custódia. Como não pôde ser julgado imediatamente, o seu julgamento foi adiado para o próximo dia 08 de abril. Considerando o histórico do seu registo criminal, os tribunais decidiram prendê-lo preventivamente até essa data. O cachorro irá precisar de ser cuidado ao longo de meses devido à gravidade das queimaduras. Lamento dizê-lo, mas o tribunal marselhês, ao aplicar a pena suspensa a este agressor animal, fez jus ao mote da cidade e elevou a justiça que nela pratica.
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