terça-feira, 8 de dezembro de 2020

USAF: CÃES-ROBOT PRONTOS PARA A GUERRA!

 

Nos últimos cinco anos, os cães-robots tornaram-se virais em vídeos on-line que mostram-nos a abrir portas, a fazer exercícios aeróbicos, a carregar camiões e a fazer outras acrobacias. Nesta era da pandemia, eles têm sido usados para promover o distanciamento social e reduzir os riscos com equipes médicas nos hospitais. A Boston Dynamics, com sede em Massachusetts, está por detrás da maioria destes exemplos. Mas outra empresa está a revolucionar o que as versões robóticas do melhor amigo do homem podem fazer e diz que sua última criação pode estar pronta para a guerra. Em janeiro, o empreiteiro Ghost Robotics do Departamento de Defesa colocará quatro de seus robots semiautónomos na Base Aérea de Tyndall, na Flórida, no que poderá ser um passo importante na introdução de cães-robots em zonas de conflito. Os caninos de alta tecnologia, conhecidos como Vision 60, estão a ser apontados como um reforço de segurança e fazem parte de um plano para substituir as câmeras de vigilância fixas na base da Força Aérea, segundo adiantaram autoridades militares.

A Ghost Robotics prevê um cenário, num futuro não muito distante, onde os cães-robots irão para além do simples patrulhar. “Podemos vê-los em zonas de guerra, a desactivar bombas, a patrulhar e a seleccionar alvos, provavelmente em 2022”, disse Jiren Parikh, executivo-chefe da Ghost Robotics. “Eles podem realmente tornar-se nos melhores amigos de um combatente.” Os militares dizem que os robots têm potencial para serem usados num "ambiente de contingência, desastre ou implantação". Na base da Força Aérea, os robots permitirão que os seres humanos se concentrem noutras tarefas. Fundada em 2015, a Ghost Robotics, com sede na Filadélfia, projectou a alternativa drone de quatro patas para “sentir o mundo” e permanecer equilibrada ao rondar pela água, erva alta e outros terrenos. Os caninos computadorizados podem operar em temperaturas abaixo de zero e foram feitos para mover-se como animais reais, segundo diz esta empresa. Também chamados de “veículos terrestres não tripulados” ou UGVs, os cães-robots podem subir degraus, correr e virar-se na vertical se forem derrubados.

O ingrediente secreto são os motores que controlam as pernas e se ajustam com base nas mudanças na pressão sobre o solo. Depender principalmente de motores para navegação diferencia as máquinas da Ghost Robotics dos dispositivos da Boston Dynamics, que dependem de uma série de sensores. “Um princípio fundamental de design para nossos robots com pernas é a complexidade mecânica reduzida em comparação com outros robôs com pernas e até UGVs tradicionais com esteiras sobre rodas”, diz Ghost Robotics no seu site. Boston Dynamics, uma pioneira em cães robóticos, é uma empresa muito maior, empregando até 4.000 pessoas em nove escritórios regionais. Ghost Robotics tem menos de 25 funcionários. As máquinas do tamanho de um cão da Ghost Robotics têm câmeras e sensores integrados para monitorar intrusos ao longo do perímetro da base. Os robots têm uma autonomia até 7 horas e meia antes de precisarem de recarregar. Estas máquinas, que não se destinam a substituir cães militares reais, podem ser montadas em 15 minutos e os seus membros danificados podem ser substituídos ainda mais rápido, disse Parikh. As máquinas são equipadas com Wifi e 4G LTE para enviar informações ao vivo para sua operadora.

A Ghost Robotics já despachou mais de 100 de seus cães-robôs em 2020 e planeia enviar mais de 250 em 2021. Os robôs fazem parte da ambição dos militares por um Sistema de Gestão de Batalha Avançado que usa uma rede de inovações, como inteligência artificial e robótica, para detectar e defender-se contra ameaças. No mês passado, os robots caninos mostraram as suas potencialidades durante um teste na Base Aérea de Tyndall, onde foram operados por controle remoto. Assim que forem programados com um caminho de patrulha a seguir, eles circularão de forma semiautónoma com seus manipuladores capazes de controlá-los por meio de fones de ouvido de realidade virtual quando necessário, adianta a Força Aérea. A colaboração destes cães robots acabará por libertar o pessoal militar para outras tarefas. Em setembro, os robôs Vision 60 foram também usados durante um exercício de segurança na Base Aérea de Nellis no Nevada. A Ghost Robotics não tem conhecimento de planos imediatos para armar os robots, embora existam aplicativos para desactivar bombas.

Há também e em contraposição, um esforço conjunto da Human Rights Watch para impedir que robots autónomos letais sejam implantados e os Estados Unidos, até agora, recusaram-se a assinar. Tyndall é a primeira base militar dos Estados Unidos a integrar os robots em tempo integral. Esta mudança dá seguimento a uma colaboração já existente entre a Ghost Robotics e o Exército Australiano. Em 2019, a Austrália fez experiências para descobrir qual o potencial dos robôs no "futuro da guerra terrestre". Adianta-se que o preço de um destes robots começa em torno de 1 milhão de dólares. O que acabámos de noticiar é o último grito em matéria de cães-robots para fins militares. Oxalá os cães de lata substituam rapidamente os de carne e osso, porque mais vale juntar um monte de sucata, custe lá o que custar, do que ceifar a vida de um fiel camarada. 

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