Benjamin Borg,
um residente na cidade francesa de Toulouse, homem de 34 anos, acaba de fundar
a associação “La Cape”, associação
que se propõe ajudar vítimas de stress pós-traumático, confiando a cada uma delas
um Labrador ou um Golden Retriever. A associação nasceu no passado mês de Junho
e é a primeira do género em França. Borg procura agora cães das raças atrás
indicadas para valer a soldados, polícias, gendarmes bombeiros e cuidadores,
necessitando para isso de financiamento que procura em parceiros privados,
comunidades locais e indivíduos. As 34 anos, Borg já foi de tudo um pouco:
marinheiro, bombeiro e responsável pela reprodução de cães-guia. No entanto, a
vida deste toulousain gira há uma década em torno de duas raças caninas em particular:
o Retriever do Labrador e o Golden Retriever.
A La Cape tem como objectivo criar,
educar e entregar cães gratuitamente, para depois garantir o seu acompanhamento
dos 2 aos 10 anos, altura em que os cães
atingem a aposentadoria. Destina-se a vítimas de atentados, mas também a
militares, policias, gendarmes, bombeiros e prestadores de cuidados, serviço já
existente nos Estados Unidos e Canadá, assim como em alguns países europeus como
a Irlanda, a Holanda ou Croácia. De uma coisa estamos certos: não irão faltar
clientes a Borg, considerando os sobreviventes dos vários atentados que tem
ocorrido em França, muitos deles a braços com distúrbios comportamentais e
sociais, com depressões várias e tentativas de suicídio.
Borg,
que já foi delegado do Retriever Club da França, explica assim a validade dos
cães no auxílio às vítimas: “Quando o seu dono entrar em agorafobia, pânico ou
outros ataques, também quando começar a agir em sequências repetitivas, o cão
virá a empurrá-lo com a cabeça ou a tocar-lhe com a pata. E se isso não for
suficiente, ele (o cão) pode pressionar um botão de suporte remoto ou ir chamar
alguém. Se isso acontecer à noite, o cão acenderá uma luz, trará o medicamento
e se necessário apertará também um botão.” Borg é muito claro no que concerne
ao papel dos animais: “os cães não são um remédio nem uns psiquiatras de 4
patas, vêm junto com os medicamentos.”
Na La Cape também é possível ser-se voluntário, família anfitriã ou doador, sendo os donativos essenciais para esta associação, cuja gestão obrigou o seu fundador a retomar os seus estudos no ano passado para validar o mestrado 2 em gestão e administração de empresas, que ele obteve com distinção. O tema da sua tese: “ Um trabalho sobre a viabilidade do projeto de criação La Cape", foi validado pelos seus professores da Sorbonne. O vento corre de feição para este toulousain e desejamos que seja sempre bem-sucedido, que agarre com “unhas e dentes” este projecto e não se disperse noutros como o fez no passado. Desconhecemos se em Portugal existe alguma associação ou serviço destes. Contudo, ela seria muito bem vinda!
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