segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

O MISTERIOSO ATAQUE CANINO DE PADERNE

 

Na pacata freguesia de Paderne, pertencente ao Concelho de Albufeira, no Distrito de Faro, uma alemã de 59 anos, Ulrike Klein, veterinária de profissão, foi atacada por uma matilha de 5 cães quando empreendia uma corrida, sofrendo ferimentos na cabeça, cara, pernas e braços. “Vieram em matilha e morderam-me em todo corpo. Apareceu uma pessoa num carro, senão tinha morrido” - disse ela, que acabou transportada em estado considerado grave pelos Bombeiros de Albufeira para o hospital de Faro, onde acabaria por ser operada. A GNR já identificou o proprietário dos cães agressores, que se encontram agora de quarentena.

Não faltará por aí quem alvitre e invente causas prováveis para este ataque, cujo relato nos media parece dizer mais do que aquilo que encobre. Estranha-se me primeiro lugar a pessoa da vítima, uma veterinária, pessoa naturalmente acostumada a lidar com cães e a ser persuasiva quando necessário. Ao dizer que foi salva da morte por uma pessoa que passava de carro, Ulrike apercebeu-se que não estava na presença de meros cães abandonados, mas de outros letais, cuja raça compreensível ou incompreensivelmente não é divulgada, pormenor importante para se compreender se aquele ataque obedeceu a condicionamento anterior ou a um apelo instintivo, muito embora a natureza dos golpes infligidos mostre que os animais actuaram em grupo e que de alguma forma, acidentalmente ou não, já estavam acostumados a fazê-lo, porque doutro modo, na ânsia da captura da presa, acabariam por inibir-se uns aos outros, o que parece não ter acontecido. Os ataques à cabeça da vítima, o que felizmente não são muito comuns, parecem uma importante questão a considerar.

Por outro lado, em nenhum momento dos relatos, que são consistentes uns com os outros e que apontam para a mesma fonte da notícia, se diz que os cães se encontravam esfomeados ou maltratados, o que de certa maneira justificaria um ataque instintivo, próprio de matilhas hierarquicamente escalonadas sem qualquer interferência humana. Será a pequena matilha uma fracção doutra maior dedicada à caça grossa ou será uma matilha funcional própria para a defesa de um território, accionada acidentalmente pela passagem da alemã em corrida? Como as autoridades terão como sabê-lo e as respostas não se esgotam aqui, aguardamos com alguma expectativa as suas conclusões, desejando desde já uma rápida e total recuperação a Ulrike Klein.

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