segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

RESQUÍCIO DA IDADE DA PEDRA LASCADA

 

Há coisas que acontecem nesta evoluída e altaneira Europa, que de tão primitivas que são, até julgamos serem mentira ou oriundas de fake news. Segundo informou o “La Dépêche de Louviers” na passada quinta-feira, semanário francês editado em Évreux, na Alta Normandia, Uma mulher de 48 anos morreu no dia 14 de Novembro no Hospital Elbeuf (Eure) após ter sido mordida por cães. Tudo aconteceu uns dias antes, no dia 6 de novembro, quando 3 dos 10 cães com quem vivia, pretenderam atacar a sua filha de 12 anos. Ao intervir, a senhora foi mordida nas pernas e na cabeça. Na altura do ataque, o companheiro desta mulher não se encontrava presente, mas quando retornou a casa, ao invés de a levar a um centro clínico ou a um hospital, prestou-lhe ele mesmo os primeiros socorros. Uma semana depois e perante o agravamento do estado de saúde da mulher, decidiu finalmente chamar os bombeiros. Transportada em estado grave para o hospital, a mulher viria a morrer no dia seguinte.

De acordo com o relatório da autópsia, a senhora morreu devido à infecção das suas feridas e à falta de cuidados. No decorrer das investigações que ocorreram após a sua morte, veio a descobrir-se que os cães se encontravam subnutridos. Na última terça-feira, dia 08 do corrente mês, o companheiro da vítima e um dos seus filhos com 22 anos de idade, foram detidos pela polícia por “não assistência a pessoa em perigo” e “maus-tratos a animais”, pelo que virão a ser julgados no próximo mês de Fevereiro pelo tribunal de Évreux, na capital do departamento francês do Eure. Perante tamanho fatal despropósito e compreendendo de imediato a marginalidade que o rodeou, dispensamo-nos de quaisquer comentários. Não obstante, caso os arguidos venham a ser condenados a penas de prisão efectiva, não creio que o isolamento dos demais contribua só por si para a supressão ou erradicação da sua profunda ignorância.

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