Estamos
a referir-nos ao FSM Doc, agora com pouco mais de 1 ano de idade, um cão
excepcional que nas mãos de outros poderia não sair da mediania ou da mediocridade,
caso viesse a ser subaproveitado ou desconhecido o seu potencial. Atleta por
natureza, rijo de carácter, extraordinariamente interactivo, versátil e disponível
como são os da sua raça, o Doc tem tudo para ser um campeão nas mais variadas
disciplinas cinotécnicas. O seu condutor, o José António, depois de tê-lo
guiado até à condução em liberdade e de ter passado pela técnica de condução, está
agora aprender como liderá-lo superiormente, por toda a parte e nas mais
variadas circunstâncias. O José António não é e não quer ser um profissional no
mundo do adestramento, mas isso não significa que não possa vir a sê-lo. Porém,
está somente empenhado em ir com o Doc até onde lhe for possível, porque cão é
coisa que não lhe falta. No GIF acima vemos o Fila a caminhar sobre um muro de
pedras irregular e no seguinte a fazer o “atrás” para segurar o seu condutor na
descida de uma ravina, que de tão íngreme que era, teve que sentar-se para equilibrar
o seu líder.
Apostados
em aumentar a polivalência, a capacidade de resolução e o robustecimento do
carácter deste alano-molosso, temo-lo instruído sistematicamente em 4 locais
distintos: na pista táctica, na cidade, em campo aberto e no mar, a qualquer
hora do dia ou da noite e debaixo de diferentes condições meteorológicas.
No
GIF abaixo vemos uma sequência de saltos com o cão a ser conduzido pela mão direita.
Fomos obrigados a “abandonar” a rotineira esquerda por razões que se prendem
com a colocação da câmera, recurso que se repete amiudadas vezes no mundo da
ficção e do cinema – os cães devem ter duas mãos de condução e evoluir em cada
uma delas igualmente.
Numa
velha Ford Transit abandonada, totalmente incendiada por quem não se agradou da
vizinhança, executámos “um salto para o desconhecido” a partir de uma das suas
janelas traseiras. Entende-se por “salto para o desconhecido”, demonstração
inequívoca de valentia e obediência canina, quando se convida um cão a saltar
para dentro de algo que ele desconhece ou que ignora a saída, muito embora ambos
sejam previamente conhecidos do seu condutor – assim se forjam os cães
lendários.
É
sabido que quanto maior for a autonomia dada a um cão, maior deverá ser também
o seu controlo, porque doutro modo podemos perdê-lo e sujeitar-nos a uma série
de contratempos à partida inimagináveis. Debaixo desta preocupação e sem
procurarmos a saturação dos animais, o que só aumentaria o seu desencanto,
alternamos no treino exercícios de exploração com os de travamento. No GF
seguinte vemos o Doc a “arrumar-se” num estreito pilar quadrado de betão, que
de tão estreito que é, dificulta o “senta” do cão (o animal executou
prontamente as ordens em liberdade).
Para
terminar a sessão de treino e “dar moral” ao cão, pedimos ao binómio que
ultrapasse dois arbustos consecutivos, tendo o primeiro 130 cm de altura e o
segundo 140cm. O primeiro salto é de precisão atendendo ao facto de ser muito
estreito. Vale a pena apreciar a capacidade de impulsão deste cão e a
extraordinária suspensão que faz, uma vez que estamos a falar de um animal recto
de aprumos traseiros. E quando assistimos a desempenhos destes, dizemos
baixinho, só para nós: missão cumprida.
Participaram nos trabalhos os seguintes binómios: José António/Doc e Paulo Bohr. A reportagem fotográfica coube à “voz-off”, à Isabelinha e a edição ao incansável e muito generoso Paulo Jorge. O dia esteve esplêndido e a noite não lhe ficou atrás. O Adestrador foi obsequiado com uma lata de coca-cola mini sem açúcar pela Isabel, prenda de natal maneirinha porque a bolsa que trazia também não era muito grande. O Paulo também trabalhou e bem com o CPA Bohr, mas ninguém lhe tirou a fotografia. Hoje retomaremos os nossos trabalhos à hora do costume, motivados pelas vitórias que temos vindo a alcançar.
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