terça-feira, 1 de dezembro de 2020

COM O NATAL À PORTA LEMBREI-ME DAS AZEVIAS

 

É próprio dos mais velhos sentir saudade de tempos idos em determinadas datas ou épocas do ano, até porque se lembram de acontecimentos passados com mais clareza do que alguns dos mais recentes. Com o Natal a aproximar-se, liturgicamente começa amanhã, lembrei-me de umas azevias que a mãe de uma aluna minha fazia e que a filha, religiosamente e ano após ano, me oferecia por ocasião da época natalícia. Eu não sei se a dita senhora ainda é viva (queira Deus que sim), nem sequer recordo o seu nome, lembro-me apenas que era uma avó baixinha, magra, leve de osso, introvertida e vestia de negro (seria alentejana?). Quanto às azevias, para desencanto do meu palato, há dez anos que deixei de saboreá-las, o que é maldade suficiente para um homem guloso da minha idade. Não me sobrando outra solução, lá terei que ir comprar azevias (oxalá tenha sorte e encontre algumas deliciosas).

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