A nossa amiga Salsa, a Cão
de Gado Transmontano, já aprendeu a andar ao lado da sua dona e está a começar
a acompanhá-la para todo o lado. Quando os cães chegam a este nível, outro
começa para os seus donos, que livres da trela, terão que aprender a comunicar
com os cães de modo eficaz sem o subsídio do utensílio. Se até à condução em
liberdade é o cão quem mais aprende, depois dela começa a instrução mais
incisiva do dono.
Quando os nosso cães
começam a dar os primeiros passos na condução em liberdade, para que os seus
condutores aprendam a importância da sua postura (impacto visual) no rendimento
dos cães, convidamo-los para um conjunto de exercícios em que colocam as mãos
atrás das costas e na nuca, o que também serve para reforçar os comandos
verbais sem a ajuda da trela. Quem tem um menino de colo pode também usá-lo
para o mesmo propósito.
Sempre temos dito e não
nos cansamos de repetir, que o “junto” é “ombro direito do cão, joelho esquerdo
do dono” e que o binómio evoluiu alinhado quando o cão alinha a sua pata da
frente pelo pé projectado do seu dono. Para que melhor entendimento do que
acabámos de dizer, vale a pena observar a foto seguinte.
Quando se conduz um cão
com um miúdo ao colo e não convém acordar a criança, a linguagem gestual terá
que socorrer a verbal, substituindo o seu volume pela cumplicidade nas acções. Seja
em que circunstância for, os cães não ouvem ou obedecem melhor se lhes
berrarmos aos ouvidos (o mais comum é suceder o contrário).
Na eventualidade de
transportarmos uma criança ao colo, o cão deverá evoluir com a cabeça para a
frente e não virada para o seu condutor, porque doutro modo, com a visibilidade
reduzida e atento à criança, o condutor pode tropeçar e estatelar-se no chão,
levando consigo a sua preciosa carga.
Não é preciso ser muito
perspicaz ou entender muito de cães para se perceber o método por detrás dos
exercícios solicitados a um cão, isto se entendermos a linguagem mímica dos
cães, visível na suas expressões faciais e na linguagem da sua cauda. Ao
olharmos para a cauda da Salsa, pergunta-se: que método de ensino lhe foi
aplicado? Expressará ela alegria e confiança ou insegurança e medo? Os cães
sempre falam e só os cegos não conseguem ouvi-los!
A condução dos cães em
liberdade é um verdadeiro “kit de mãos livres”, porque possibilita o transporte
dos mais variados utensílios aos condutores. Se tivermos o cuidado de irmos
repetindo o nome dos objectos que transportamos para os cães, daí a pouco tempo,
eles saberão diferenciá-los e começarão a transportá-los para nós.
Por vezes um olhar vale
mais do que mil palavras. Na foto abaixo é possível observar o carinho que a
dona dispensa à cadela, através de uma mirada plena de ternura, como que a
dizer: “Salsa, não estás sozinha, eu estarei sempre contigo!”
E quando assim se
trabalha, os cães instam em ficar ao lado dos donos e não fogem para o canil,
preferindo ficar às portas de casa, prontos para novas jornadas e sempre
disponíveis para os desafios que terão pela frente, somente porque se sentem
amados e seguros.
Para a semana voltaremos a
estar com a Salsa e estamos perfeitamente convencidos que ela irá de fazer tudo
para nos agradar, porque se ela é grande, o seu coração não é menor!
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