quinta-feira, 28 de novembro de 2019

APELAR À CARIDADE POR UMA RESPONSABILIDADE QUE É DE TODOS

Com o Natal à porta começam a aparecer os anúncios das festas de natal dedicadas aos animais abandonados, iniciativas dos abrigos que visam promover a adopção dos animais e o seu sustento, aproveitando esta época do ano caracterizada por uma maior generosidade. Este “estender a mão à caridade” é uma vergonha para todos nós e para quem nos governa, porque o abandono dos animais é um problema da sociedade em geral e da responsabilidade de todos, que deverá encontrar resposta e solução por parte das autoridades que elegemos, considerando as suas implicações no bem-estar das populações e dos animais, para além dos perigos que representam prà saúde pública. Mal estaremos e da desgraça não sairemos se os abrigos para animais continuarem a viver de esmolas!
Perto da cidade alemã de Neubrandenburg, no Estado de Mecklenburg-Vorpommern, o abrigo para animais de estimação local, que acolheu 50 cães este ano, realizará no dia 30 de Novembro, depois de amanhã, a sua festa de natal, que se desenrolará entre as 10 e as 16 horas.
Os visitantes terão à sua espera barracas de vinho quente, pão de gengibre e banha de porco, num ambiente acolhedor reforçado por música suave. No decorrer da festa, lá mais para o seu final, haverá um pequeno sorteio e projecção de slides. Dos 50 cães recebidos por este santuário animal, 29 já foram realojados. Publicitámos esta iniciativa por acharmos que outras iguais podem acontecer entre nós e ser bem-sucedidas.
Sabemos de antemão que os governos e autarquias locais serão incapazes de sustentar sozinhos os abrigos para animais (abatiam-nos também por isso), o que não os isenta de atribuir-lhes um subsídio fixo por mais miserável que seja, uma vez que as grandes doações beneméritas não são ainda muito comuns e não tendem a aumentar muito por ali além. Mais cedo ou mais tarde, quando o problema dos animais abandonados for levado a sério, terá que encontrar-se uma entidade público-privada que venha a tutelar e a regular os abrigos/santuários dos animais a nível local, regional e até nacional, já que os negócios exclusivos do Estado tendem invariavelmente à corrupção e à penúria, ao imputar de uma imensidade de crimes sobre quem nunca será responsabilizado.
Entretanto, vá entregar o seu donativo ao abrigo mais próximo da sua residência – os cães precisam tanto dele como os mais carenciados do Banco Alimentar Contra a Fome, muitos deles infelizmente sem abrigo e sem ninguém que olhe ou se interesse por eles.

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