quarta-feira, 20 de novembro de 2019

OS CÃES QUE APROVEITEM AGORA… E OS DONOS TAMBÉM!

Em cinco anos, a criação de coelhos na província italiana de Treviso caiu de 100 para 40 produtores. A principal razão deste declínio deve-se a uma mudança de atitude por parte dos consumidores, que entendem agora os coelhos como animais de estimação, à imitação de cães e gatos, como sucede noutras partes da Europa. 
Estranhamente, digo eu, para esta mudança de atitude muito tem contribuído a posição de Michele Tomasi, bispo católico, que pediu ao presidente dos Cunicoltori da Confagricoltura Treviso, órgão representativo dos cunicultores locais, para prestar maior atenção à responsabilidade pelo bem-estar animal. 
Para Lodovico Giustiniani, muitos cunicultores estão a abandonar a actividade porque os coelhos são cada vez mais vistos como animais de estimação e porque “aqueles que vivem na realidade urbana têm um conhecimento cada vez menos profundo da dinâmica do campo”. Cristiano Diotto, presidente dos cunicoltori da Confagricoltura Treviso, disse a este respeito: “O declínio no consumo de carne de coelho é apenas parcial devido à maior sensibilidade animalista. Estamos a falar de um sector de nicho, voltado para um animal que não é fácil de reproduzir e que exige investimentos significativos. Portanto, uma actividade que foi progressivamente abandonada em favor de actividades agrícolas mais lucrativas.”
Os cães que se deleitam e que por vezes se fartam da carne que diariamente é-lhes distribuída, se soubessem o que por aí vai e ainda o que há-de vir, de imediato lamberiam as suas tigelas até ver o seu fundo reluzente. Como a deliciosa carne que estamos acostumados a consumir, ingrediente indispensável nos churrascos do nosso contentamento, tem tendências a desaparecer, há que aproveitar a que temos, antes que ela acabe e passemos a comer hambúrgueres de larvas, enchidos de minhocas e farinha de insectos. Se a situação não se alterar radicalmente, dentro em breve não restará nem uma galinha para comer, porque também ela já é hoje considerada um animal de estimação, como são os porcos, os coelhos, os furões e outros animais.
Estas alterações, que para muitos são razão de espanto quanto baste, irão diversificar inevitavelmente a clientela dos actuais centros de adestramento que, para além dos cães, passarão também a adestrar outras espécies animais entretanto adoptadas como animais de estimação, criando para elas espaços do seu interesse e actividades interactivas próprias do seu particular. Quem for obrigado a esta actualização, já devia tê-la feito ontem, porque a senda do sucesso não espera pelos atrasados. 

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