Na manhã deste Sábado,
salpicada de aguaceiros breves, ao invés de irmos para a Serra, onde a lama
esperava por nós, optámos por reforçar a obediência e a sociabilização dos
nossos cães no meio da urbe, num dia pouco convidativo para os saldos que aconteciam
um pouco por toda a parte, como senão estivéssemos em Janeiro e não importasse
sacar das gentes as poucas migalhas que sobraram do Natal.
Com a Grande Avenida só
para nós, optámos primeiro por tirar o “quieto” dos sítios mais impensáveis e
mais convidativos à fuga, junto do borburinho das pessoas e dos seus afazeres.
Depois evoluímos para junto das estátuas, certos da obediência dos cães e
esperançados em tirar fotos curiosas como a seguinte, onde podemos ver a CPA Haia
junto à estátua de uma voluptuosa senhora no centro de uma pequena Praça.
Debaixo do mesmo trabalho
e esperança convidámos a SRD Hope para pousar junto doutra senhora num jardim
mais movimentado, convite que a cadela aceitou ainda que com alguma
desconfiança e uns tantos tremeliques, porque ainda lhe custa ficar a aguardar
pela presença do dono. Apesar de tudo, foi a que teve maior aproveitamento no “quieto”.
Do “quieto” individual à
distância evoluímos para a imobilização colectiva dos cães, colocando-os todos
nos mais diversos patamares encontrados, para que menos temessem ou
desconfiassem das pessoas à sua volta. No seguimento da nossa rota encontrámos
um painel solar para uso municipal e ali mesmo imobilizámos uns cães por algum
tempo.
Dali passámos para umas
caixas de electricidade (iluminação) de diferentes tamanhos, distribuindo os
cães de acordo com a sua capacidade de salto, obviamente que o Bor ficou na
caixa mais alta, porque salta qualquer uma quase parado e sem lhe meter os pés
em cima.
Quando nos cruzámos com
outros cães ou com outros animais, aproveitávamos a ocasião para familiarizar
os nossos cães com eles, acalmando-os, felicitando-os ou advertindo-os de
acordo com as suas respostas. Na foto abaixo podemos ver o binómio João
Graça/Hope a desenvolver essa tarefa diante de um pequeno bando de pombos, que
indiferentes a sua presença tomavam deliciados o seu banho matinal numa poça de
água.
Como os cães no Sábado
anterior deram mostras de não gostar de ciganos, pormenor que muito desagradou
a um que connosco se cruzou, hoje convidámos um primo desse cavalheiro para nos
ajudar na sociabilização dos animais, convidando-o para que sentasse no meio
deles enquanto fazia uma pausa na venda de óculos, relógios e perfumes, tudo produtos
da melhor procedência e vendidos dentro da maior legalidade, segundo nos fez
saber.
Continuando o processo de
sociabilização encetado em torno das minorias raciais, aproveitámos a passagem
de um sikh entregue à conservação de jardins e pedimos-lhe que
tirasse uma foto junto da CPA Haia, já que de momento tal não é possível com o
Bor. Tudo correu sem novidades e no final o bom indiano ainda nos agradeceu.
Depois aproveitámos um
caracol para arrumação de bicicletas como túnel, convidando os cães presentes
para a sua passagem, primeiro à trela e depois em liberdade. O primeiro cão a
fazê-lo em liberdade foi a SRD Hope e outros logo seguiram o seu exemplo.
A CPA Haia está a melhorar
a olhos vistos, tanto na obediência como na ginástica, comportando-se como não
era seu hábito e imprimindo muita alegria a tudo que faz, mormente na ginástica
onde apresentava sérias dificuldades.
O CPA Bor, como é sabido,
está na ginástica como peixe dentro de água e até consegue acertar quando o seu
dono erra. Na foto abaixo podemos ver o seu condutor atrasado e a apontar com o
indicador esquerdo na direcção contrária à requerida ao cão. Afortunadamente o
CPA não olhou para o lado e borrifou-se nas indicações do seu líder. Estaria o
Paulo a trabalhar por antecipação e a dizer para o Bor que iria repetir o
exercício? Estaria a reagir a alguma provocação? Só o Paulo sabe!
Quando menos esperávamos,
encontrámos um grupo de escuteiros de várias idades e pedimos-lhe que
colaborasse connosco na sociabilização dos cães, instando para que os
acariciassem e posassem com eles, pedido que foi prontamente aceite e com muita
alegria. E como “de pequenino se torce o pepino”, começámos pelos mais novos.
Depois coube a vez às
meninas, que de tão contentes que estavam, não conseguiram esconder a sua
alegria. Vale a pena reparar no à vontade dos cães e na ternura das suas
acompanhantes de ocasião. Esta terapia é indispensável para a protecção das
crianças e controlo dos cães e, como tal, não a podíamos dispensar.
Logo a seguir às meninas
convidámos outro trio para o mesmo efeito e a acompanhante que coube ao Bor
acalmou-o de sobremaneira, como se ambos já se conhecessem há largo tempo. A
Hope está tão descontraída que até bocejou e a Haia nem se mexeu, apesar da
menina ter pegado na trela ao contrário (não foi culpa dela, ninguém nasce
ensinado!).
Sucedeu-se novo trio e
desta fez fardado a rigor, os cães não estranharam a farda e os seus
acompanhantes não rejeitaram a incumbência, formando homens e cães binómios
que, sendo espontâneos, deram a impressão contrária, a de se terem constituído
há muito.
Finalmente tirámos uma
foto de grupo com todos os escuteiros junto dos cães, um registo para todos
mais tarde recordarem, uma vez que estas fotos foram também enviadas aos
escuteiros que tão generosamente nos ajudaram. Daqui agradecemos a sua
disponibilidade e exemplo de vida. Voltaremos a encontrar-nos!
Participaram nos trabalhos
os seguintes binómios: João Graça/Hope, Nuno Falé/Haia e Paulo/Bor. Não sabemos
exactamente o que se passa com o Tomás porque não compareceu. Continuamos à
espera que a Tânia participe nos nossos trabalhos ao fim-de-semana e para a
próxima contactaremos a Sónia e o Fred, a primeira para trazer o seu cão e o último
para conduzir o CPA do Sr. Manuel Delgado. De hoje a oito dias abraçaremos
outros desafios e esperamos vencê-los como fizemos hoje.
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