sábado, 13 de janeiro de 2018

SAIR À RUA EM DIA DE CHUVA & SALDOS

Na manhã deste Sábado, salpicada de aguaceiros breves, ao invés de irmos para a Serra, onde a lama esperava por nós, optámos por reforçar a obediência e a sociabilização dos nossos cães no meio da urbe, num dia pouco convidativo para os saldos que aconteciam um pouco por toda a parte, como senão estivéssemos em Janeiro e não importasse sacar das gentes as poucas migalhas que sobraram do Natal.
Com a Grande Avenida só para nós, optámos primeiro por tirar o “quieto” dos sítios mais impensáveis e mais convidativos à fuga, junto do borburinho das pessoas e dos seus afazeres. Depois evoluímos para junto das estátuas, certos da obediência dos cães e esperançados em tirar fotos curiosas como a seguinte, onde podemos ver a CPA Haia junto à estátua de uma voluptuosa senhora no centro de uma pequena Praça.
Debaixo do mesmo trabalho e esperança convidámos a SRD Hope para pousar junto doutra senhora num jardim mais movimentado, convite que a cadela aceitou ainda que com alguma desconfiança e uns tantos tremeliques, porque ainda lhe custa ficar a aguardar pela presença do dono. Apesar de tudo, foi a que teve maior aproveitamento no “quieto”.
Do “quieto” individual à distância evoluímos para a imobilização colectiva dos cães, colocando-os todos nos mais diversos patamares encontrados, para que menos temessem ou desconfiassem das pessoas à sua volta. No seguimento da nossa rota encontrámos um painel solar para uso municipal e ali mesmo imobilizámos uns cães por algum tempo.
Dali passámos para umas caixas de electricidade (iluminação) de diferentes tamanhos, distribuindo os cães de acordo com a sua capacidade de salto, obviamente que o Bor ficou na caixa mais alta, porque salta qualquer uma quase parado e sem lhe meter os pés em cima.
Quando nos cruzámos com outros cães ou com outros animais, aproveitávamos a ocasião para familiarizar os nossos cães com eles, acalmando-os, felicitando-os ou advertindo-os de acordo com as suas respostas. Na foto abaixo podemos ver o binómio João Graça/Hope a desenvolver essa tarefa diante de um pequeno bando de pombos, que indiferentes a sua presença tomavam deliciados o seu banho matinal numa poça de água.
Como os cães no Sábado anterior deram mostras de não gostar de ciganos, pormenor que muito desagradou a um que connosco se cruzou, hoje convidámos um primo desse cavalheiro para nos ajudar na sociabilização dos animais, convidando-o para que sentasse no meio deles enquanto fazia uma pausa na venda de óculos, relógios e perfumes, tudo produtos da melhor procedência e vendidos dentro da maior legalidade, segundo nos fez saber.
Continuando o processo de sociabilização encetado em torno das minorias raciais, aproveitámos a passagem de um sikh entregue à conservação de jardins e pedimos-lhe que tirasse uma foto junto da CPA Haia, já que de momento tal não é possível com o Bor. Tudo correu sem novidades e no final o bom indiano ainda nos agradeceu.
Depois aproveitámos um caracol para arrumação de bicicletas como túnel, convidando os cães presentes para a sua passagem, primeiro à trela e depois em liberdade. O primeiro cão a fazê-lo em liberdade foi a SRD Hope e outros logo seguiram o seu exemplo.
A CPA Haia está a melhorar a olhos vistos, tanto na obediência como na ginástica, comportando-se como não era seu hábito e imprimindo muita alegria a tudo que faz, mormente na ginástica onde apresentava sérias dificuldades.
O CPA Bor, como é sabido, está na ginástica como peixe dentro de água e até consegue acertar quando o seu dono erra. Na foto abaixo podemos ver o seu condutor atrasado e a apontar com o indicador esquerdo na direcção contrária à requerida ao cão. Afortunadamente o CPA não olhou para o lado e borrifou-se nas indicações do seu líder. Estaria o Paulo a trabalhar por antecipação e a dizer para o Bor que iria repetir o exercício? Estaria a reagir a alguma provocação? Só o Paulo sabe!
Quando menos esperávamos, encontrámos um grupo de escuteiros de várias idades e pedimos-lhe que colaborasse connosco na sociabilização dos cães, instando para que os acariciassem e posassem com eles, pedido que foi prontamente aceite e com muita alegria. E como “de pequenino se torce o pepino”, começámos pelos mais novos.
Depois coube a vez às meninas, que de tão contentes que estavam, não conseguiram esconder a sua alegria. Vale a pena reparar no à vontade dos cães e na ternura das suas acompanhantes de ocasião. Esta terapia é indispensável para a protecção das crianças e controlo dos cães e, como tal, não a podíamos dispensar.
Logo a seguir às meninas convidámos outro trio para o mesmo efeito e a acompanhante que coube ao Bor acalmou-o de sobremaneira, como se ambos já se conhecessem há largo tempo. A Hope está tão descontraída que até bocejou e a Haia nem se mexeu, apesar da menina ter pegado na trela ao contrário (não foi culpa dela, ninguém nasce ensinado!).
Sucedeu-se novo trio e desta fez fardado a rigor, os cães não estranharam a farda e os seus acompanhantes não rejeitaram a incumbência, formando homens e cães binómios que, sendo espontâneos, deram a impressão contrária, a de se terem constituído há muito.
Finalmente tirámos uma foto de grupo com todos os escuteiros junto dos cães, um registo para todos mais tarde recordarem, uma vez que estas fotos foram também enviadas aos escuteiros que tão generosamente nos ajudaram. Daqui agradecemos a sua disponibilidade e exemplo de vida. Voltaremos a encontrar-nos!
Participaram nos trabalhos os seguintes binómios: João Graça/Hope, Nuno Falé/Haia e Paulo/Bor. Não sabemos exactamente o que se passa com o Tomás porque não compareceu. Continuamos à espera que a Tânia participe nos nossos trabalhos ao fim-de-semana e para a próxima contactaremos a Sónia e o Fred, a primeira para trazer o seu cão e o último para conduzir o CPA do Sr. Manuel Delgado. De hoje a oito dias abraçaremos outros desafios e esperamos vencê-los como fizemos hoje.

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