quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

O 470º CENTRO DE CRIAÇÃO DE CÃES DO EXÉRCITO RUSSO

A elite dos centros de formação cinotécnicos militares da Federação Russa encontra-se no Centro de Treino para o Serviço de Criação de Cães Nº 470, onde funciona o Canil “Krasnaya Zvezda”. Actualmente este Centro de Formação, para além de formar competentes handlers militares, tem como objectivos formar cães para a detecção de explosivos e cães de patrulha, não dispensando nenhum deles do seu robustecimento atlético diante das difíceis condições climatéricas que irão enfrentar.
Devido à constante ameaça de ataques terroristas, a detecção de minas e explosivos por parte dos cães tornou-se prioritária, porque neste trabalho são insubstituíveis e ultrapassam qualquer tecnologia, porque o detector de minas mais sofisticado poderá não detectar ou reagir ao corpo plástico de uma mina e um cão sempre a encontrará, porque foi treinado para detectar o odor particular dos engenhos explosivos. A especialização dos cães encontra-se na maioria dos casos dependente da sua raça, uma vez que Spaniels e os Labradores são por norma os melhores na detecção de odores.
O objectivo de um cão de patrulha ou patrulheiro é o de detectar a presença de um intruso ou agente inimigo a grande distância, ladrando para avisar quem o conduz e o corpo a que pertence, decidindo por si atacar ou não e, caso seja necessário, atacá-lo-á. As raças que se prestam mais a este serviço são os Pastores (Alemães e Ovcharkas), os Rottweilers, os Moscow Watchdogs e os Terriers Negros Russos, raça também conhecida como “Stalin’s Dog”. E porquê? Porque são maiores, mais fortes, têm uma força de mordedura maior, não se enamoram de estranhos e tendem a escorraçá-los, a feri-los ou a abatê-los por modo próprio.
O Ministério da Defesa russo tende a recrutar candidatos a condutores cinotécnicos que na sua vida civil tenham uma profissão similar (técnico veterinário ou zoológico), pré-selecção que não é bastante porque importa considerar também as qualidades pessoais de cada um. 
Como a profissão de Treinador Militar de Cães é uma das mais prestigiadas nas Forças Armadas da Rússia, só dão entrada nela pessoas pacientes, não-agressivas, obedientes e capazes de suportar actividades monótonas, já que o adestramento obriga à repetição dos comandos e à realização das mesmas tarefas vezes sem conta. Seleccionar a pessoa certa é metade do sucesso, uma vez que assim se evita a possível fricção que poderá acontecer na fase inicial do treino, que invariavelmente impede o alcance dos objectivos.
A formação do comum treinador militar de cães neste Centro obriga a seis meses de estudo, a conhecer e a usar as diferentes armas ao seu dispor, a um maior conhecimento veterinário e à aquisição dos conhecimentos básicos que irão possibilitar o treino dos seus futuros companheiros de quatro patas. Diz quem já lá esteve, que a fase mais difícil é a preparação inicial, porque os condutores quando intentam interagir com os cães cometem dois erros bastante frequentes: ou dão-lhes os comandos errados ou exigem-lhes demais.
Os recrutas humanos permanecem somente um ano no activo e os cães executarão missões ao longo de oito anos, mudando de líderes 7 ou 8 vezes durante o seu serviço. Nenhum dos homens que constituiu binómio com estes cães pode levá-los para casa, porque são propriedade do Ministério da Defesa, tal como os tanques e os aviões?! Segundo fontes oficiais, quando estes cães são finalmente dispensados das suas atribuições, são adoptados por militares que lhes prestam todos os cuidados na sua velhice. Será?
Certo é que os cães russos, à imitação dos soldados humanos, são muito bem preparados e aptos para as missões que lhe são confiadas pelo tipo de treino e exigências a que se vêem obrigados. 
Em Portugal não faltam adestradores militares da escola russa, gente aparentemente honesta, incógnita e entregue a outras profissões, que ao “virar o bico ao prego”, eliminará com a maior das facilidades os cãezinhos acostumados a pendurarem-se nas mangas e nos fatos, “penduricalhos” que, atendendo à sua própria segurança, será melhor que durmam ao lado dos donos, com a porta da rua bem trancada, porque geralmente comem o que não devem, encontram-se mal preparados, desnudam a sua presença e expõem-se em demasia (a vida de um cão de guarda não é um jogo mas uma luta pela sobrevivência). 

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