O frio parece ter vindo
para ficar e com as alterações climáticas que se vão sentido é melhor estarmos
preparados para dias de maior invernia. Os portugueses quando comparados com
outros europeus não se podem queixar do clima, muito embora ele já não seja o
que era. Exceptuando as zonas da Serra de Estrela, das terras altas
transmontanas e de outras do interior, onde os termómetros descem mais, quando
aqui temos temperaturas negativas, elas oscilam entre -1 e -6 graus celsius, o
que já causa justificável apreensão aos proprietários caninos que têm os seus
cães hospedados em quintais, quintas e demais extensões territoriais ao ar
livre.
Apostados em esclarecer,
vamos considerar os riscos que estas temperaturas acarretam para os cães
pequenos, médios e grandes, sabendo-se de antemão que os cães mais frágeis (toys,
doentes e velhos), os braquicéfalos, os de cor branca e os carentes de
sub-pêlo, com a temperatura do ar abaixo dos 7 graus celsius começam já a
experimentar algumas dificuldades, pelo que deverão ser imediatamente
protegidos nessas circunstâncias.
De 5 a -1 graus celsius, desde que devidamente
abrigados e com alojamentos apropriados, todos os cães suportarão estas temperaturas
sem maiores dificuldades. No entanto
há que estar atento aos cães de raça pequena, porque se encontram na
fronteira da sua tolerância. Naturalmente todos reduzirão o volume e a
intensidade da sua actividade física como seria de esperar, devido a um maior
desgaste de energia e à necessidade de se manterem aquecidos.
De -1 a -4 graus celsius, os cães pequenos e médios já se encontram fortemente em
risco de hipotermia, mais os pequenos que os médios, devendo os primeiros ser obrigatoriamente recolhidos em casa,
particularmente quando inadaptados ou desacostumados a temperaturas negativas.
Aqui há que haver uma atenção
redobrada em relação aos animais castrados, normalmente condenados a
dietas pobres e parcos em energia, que poderão nestas circunstâncias correr
maior risco.
De -4 a -6 graus celsius, o frio será fatal para os cães mais pequenos e potencialmente
perigoso para os médios e grandes. Debaixo destas temperaturas, a menos que os
cães já tenham sido acostumados e preparados para isso, todas as actividades prolongadas
ao ar livre deverão ser-lhes vetadas. Por
prevenção, os cães com menos de 25 kg deverão pernoitar em casa, mesmo
quando bem acomodados no exterior.
Por prevenção, agora que
nevou mais uma vez no Saara, no deserto mais quente do mundo, todos os cães sem
sub-pêlo deveriam andar ataviados com uma capa térmica nas suas saídas ao
exterior, porque não é só à noite que enfrentam baixas temperaturas.
Também os cães em treino,
quer ele seja diurno ou nocturno, deverão ser objecto do mesmo cuidado. Também
os cães que acompanharão os seus donos a estâncias de esqui deverão previamente
acostumar-se ao uso de botas protectoras.
É evidente que estes
cuidados tornam-se dispensáveis diante de canis aquecidos ou de cães que vivem
invariavelmente dentro de casa. Todavia, importa proteger os nossos cães do
frio, porque ele pode matar, como tem acontecido nos Estados Unidos, neste
momento à perna com uma vaga de frio polar, onde inúmeros cães acabam por morrer
congelados. Convém ainda ressaltar que é debaixo destas circunstâncias que mais
se justifica a administração de comida confeccionada aos nossos fiéis amigos.
Usufrua do Inverno, proteja-se e proteja o seu cão.
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