sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

HIDRATAÇÃO E TRABALHO

Um grupo de investigadores da Universidade da Pensilvânia, não obtendo consenso entre os condutores de cães de trabalho, quanto ao método mais eficaz para manter hidratados os seus auxiliares de quatro patas, decidiu investigar os três métodos mais comuns em uso, a saber: o acesso gratuito à água potável, a hidratação subcutânea (injecção de água e electrólitos debaixo da pele) e as bebidas que contêm electrólitos como sódio e potássio.
Estas bebidas têm sido bastante válidas para os humanos, porque perdemos electrólitos quando suamos. Já os cães suam menos que nós, pormenor que leva os seus críticos a temer por um acúmulo insalubre de electrólitos nos animais. Apostada em resolver o imbróglio, a citada equipa de investigadores avaliou os três métodos (estratégias) de hidratação mais comuns num grupo de cães de rastreamento de veículos automóveis que trabalham na fronteira do Texas durante os meses quentes de Verão.
Segundo Cynthia M. Otto, porta-voz da equipa de investigação, afortunadamente as três estratégias de hidratação mostraram-se eficazes, evidenciando os cães comportamentos semelhantes, a mesma temperatura corporal e idêntico desempenho laboral, independentemente da forma como foram hidratados. Não obstante, os cães que beberam uma bebida electrolítica com sabor a frango, beberam significativamente mais líquidos e tiveram maiores níveis de hidratação.
Contrariamente ao que alguns pensavam, estes cães não sofreram qualquer acúmulo do sódio (sal), um componente das bebidas electrolíticas que em grande quantidade poderá ter efeitos negativos no corpo. Os cães que beberam electrólitos excretaram o sódio pela urina, mantendo assim normais os seus níveis sanguíneos, o que sugere ser este método de hidratação seguro e eficaz. Estes resultados surpreenderam também os investigadores, porque num estudo prévio, os cães que receberam uma bebida electrolítica sem sabor beberam pouco dela.
Este estudo foi publicado no jornal de livre acesso “Frontiers of Veterinary Science” e é importante para quem tem cães de trabalho, de busca, salvamento e resgate, bem como para quem lidera cães policiais e militares, sujeitos a trabalhar em pós-catástrofes, a fiscalizar fronteiras, a patrulhas extenuantes e a buscas prolongadas debaixo temperaturas elevadas, já que o risco de golpe de calor aumenta com a desidratação. 

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