sábado, 27 de janeiro de 2018

E ENCONTRÁMOS UM AMIGO CHAMADO ZEUS

Alguns fins-de-semana lembram certos dias que parecem isentos de interesse, sem novidade e intermináveis, uma ocasião no calendário que soa a fardo, como se fossemos obrigados a fazer um penoso reset. Mas como o tempo de cada um de nós é curto, não há tempo a perder e só o ânimo consegue levar de vencida a nostalgia e a melancolia que o Inverno não dispensa. Mais uma vez descemos à gélida cidade adornada por um sol tímido e enganador, apostados em continuar o trabalho de sociabilização com os nossos cães.
Hoje começámos os nossos trabalhos mais tarde, porque ficámos à espera do Binómio Sónia/Shane que tardava em chegar, atolados num café-esplanada a precisar de obras e de outra clientela, já que a actual, a troco de um mísero café, permanece ali o dia inteiro a mandar vir copos de água e a urinar, prática de quem espera a morte e não encontra outra coisa que fazer, companhia que em surdina transmite séria depressão por mau-hábito. De quando em vez, um destes clientes deixa a cadeira vazia e vai engrossar as inevitáveis colunas dum obituário, condição que automaticamente o transforma numa “santa pessoa” (R.I.P.).
Finalmente a Sónia chegou, trazendo consigo um casal desconhecido que se fazia acompanhar de um cachorro Cane Corso negro com 4 meses de idade, um exemplar vivo, alegre e lustroso que imediatamente nos cativou. Chama-se Zeus e encontrámos um amigo. É bem possível que venha a engrossar as nossas fileiras, o que seria bom para ele e para nós, porque precisa de ser ajudado e educado na sua fase de crescimento, trabalhos que adoramos fazer para gáudio de donos e cães.
O Bor aproveitou o dia para se portar bem em termos de obediência e o Paulo parece ter seguido o seu exemplo. Na foto abaixo podemos ver o CPA em “quieto” no meio de um canteiro com tufos de relva que lhe serviu de tapete.
À falta doutros companheiros para além do frio que se fazia sentir, valemo-nos duma boca-de-incêndio para constituir uma “frente por três”, companhia que não foi do agrado do Bor e que pouco importou à SRD Hope. Ao olharmos para os dois cães e para a mímica das suas faces, percebemos automaticamente quem se sente mais à vontade no buliço da cidade - o mais sereno e menos alvoraçado.
Apostados em tornar confortáveis os percursos citadinos do Bor, sempre o trazemos para o meio de multidões e de crianças, insistindo em simultâneo para que fique quieto durante algum tempo numa praça ou jardim, tendo o cuidado de o proteger pelas costas para não lhe aumentar a insegurança. Desta vez servimo-nos de um placard publicitário relativo a um histórico poeta português.
“Dona da avenida” e “madrinha do desfile”, devido à obediência que tem, a Hope parece trazer o mundo rendido a seus pés (patas) ao empoleirar-se sobre uma diminuta bola de pedra, fixada no dono, compenetrada e indiferente a quem passava.
Participaram nos trabalhos os seguintes binómios João Graça/Hope, Paulo/Bor e Sónia/Shane. O Nuno Falé não compareceu porque se viu obrigado a cuidar de uma prole de cachorros CPA’s negros e cinzentos que lhe nasceram recentemente em casa. Para a semana voltaremos com novas experiências e com outras histórias para contar. Até lá, bom fim-de-semana!

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