sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

AOS CÃES QUE SE FAZ TARDE!

Seguindo o exemplo de países como os Estados Unidos, Canadá e África do Sul, a Índia continua francamente apostada em proteger os seus parques naturais, a preservar a vida selvagem, a dar caça aos caçadores furtivos e a impedir o comércio de espécies protegidas e seus derivados, o que não é tarefa fácil atendendo à sua extensão territorial, à pobreza das suas gentes, ao aliciamento quase irrecusável de que são alvo, à já histórica avidez chinesa (alimentar e medicinal) e a certos costumes do mundo árabe.
Na defesa da sua fauna e apostado na preservação das espécies em vias de extinção, o governo indiano vem recrutando um número cada vez maior de cães para detectarem ossos e peles de tigres e leopardos, marfim de elefantes e indícios de urso, pangolim e rinoceronte, porque importa evitar e detectar os crimes cometidos contra a vida selvagem, não dar descanso aos caçadores furtivos e combater o contrabando. Os cães mostram serviço todos os anos e são precisos ainda mais.
Para termos uma ideia mais aproximada deste problema indiano que diz respeito a todos, basta dizer que a Índia tem tigres em 7 dos seus 29 estados, são eles: Madhya Pradesh, Assam, Uttarakhand, Maharashtra, Tamil Nadu, Jharkhand e Karnataka, para além de reservas naturais que no seu total têm mais Km2 que Portugal (quem nos manda a nós ser tão pequeninos!).
A inclusão dos cães, na sua maioria Pastores Alemães (ignoramos se há algum doutra raça), que teve o seu início na primeira década deste milénio, tem-se revelado profícua pela excelência do seu trabalho, considerando o número de animais resgatados, os caçadores furtivos apanhados em flagrante, o montante do contrabando apreendido e o receio pela diligência dos cães, factores que somados têm alcançado alguma dissuasão.
Seria bom que mais países africanos, americanos e asiáticos seguissem o exemplo da Índia, que apostassem deliberadamente na defesa da sua fauna e protegessem as espécies em vias de extinção, esforço desejável mas não bastante, se globalmente não se proibir o seu comércio. Parece-nos que “estamos entregues à bicharada”, porque uns querem continuar a abater baleias, outros a cortar os cornos aos rinocerontes e ainda sobram outros que negam o aquecimento global e as alterações climáticas. E se isto não mudar, não haverá na Terra lugar onde a Humanidade esteja a salvo, uma reserva natural capaz de evitar a nossa extinção.
Quanto aos cães relatados neste texto, agrada-nos vivamente ver Pastores Alemães empenhados na defesa da vida selvagem, porque ao fazê-lo estão a ajudar a preservar um património que é de todos e nesse sentido, oxalá a Índia continue a recrutar cães para o mesmo efeito como até aqui. 

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