Seguindo o exemplo de países
como os Estados Unidos, Canadá e África do Sul, a Índia continua francamente
apostada em proteger os seus parques naturais, a preservar a vida selvagem, a dar
caça aos caçadores furtivos e a impedir o comércio de espécies protegidas e
seus derivados, o que não é tarefa fácil atendendo à sua extensão territorial,
à pobreza das suas gentes, ao aliciamento quase irrecusável de que são alvo, à
já histórica avidez chinesa (alimentar e medicinal) e a certos costumes do
mundo árabe.
Na defesa da sua fauna e
apostado na preservação das espécies em vias de extinção, o governo indiano vem
recrutando um número cada vez maior de cães para detectarem ossos e peles de
tigres e leopardos, marfim de elefantes e indícios de urso, pangolim e rinoceronte,
porque importa evitar e detectar os crimes cometidos contra a vida selvagem,
não dar descanso aos caçadores furtivos e combater o contrabando. Os cães
mostram serviço todos os anos e são precisos ainda mais.
Para termos uma ideia mais
aproximada deste problema indiano que diz respeito a todos, basta dizer que a Índia
tem tigres em 7 dos seus 29 estados, são eles: Madhya Pradesh,
Assam, Uttarakhand, Maharashtra, Tamil Nadu, Jharkhand e Karnataka, para além
de reservas naturais que no seu total têm mais Km2 que Portugal (quem nos manda
a nós ser tão pequeninos!).
A inclusão dos cães, na
sua maioria Pastores Alemães (ignoramos se há algum doutra raça), que teve o
seu início na primeira década deste milénio, tem-se revelado profícua pela
excelência do seu trabalho, considerando o número de animais resgatados, os caçadores
furtivos apanhados em flagrante, o montante do contrabando apreendido e o
receio pela diligência dos cães, factores que somados têm alcançado alguma
dissuasão.
Seria bom que mais países
africanos, americanos e asiáticos seguissem o exemplo da Índia, que apostassem
deliberadamente na defesa da sua fauna e protegessem as espécies em vias de
extinção, esforço desejável mas não bastante, se globalmente não se proibir o
seu comércio. Parece-nos que “estamos entregues à bicharada”, porque uns querem
continuar a abater baleias, outros a cortar os cornos aos rinocerontes e ainda
sobram outros que negam o aquecimento global e as alterações climáticas. E se
isto não mudar, não haverá na Terra lugar onde a Humanidade esteja a salvo, uma
reserva natural capaz de evitar a nossa extinção.
Quanto aos cães relatados
neste texto, agrada-nos vivamente ver Pastores Alemães empenhados na defesa da
vida selvagem, porque ao fazê-lo estão a ajudar a preservar um património que é
de todos e nesse sentido, oxalá a Índia continue a recrutar cães para o mesmo efeito como até aqui.
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