Primeiro importa dizer que
o termo “sapadoras” atribuído às cabras mereceu o profundo descontentamento dos
bombeiros (ANBP), que o consideram um desrespeito à sua profissão. As ditas “cabras
sapadoras” fazem parte de um projecto-piloto do governo para combater o
combustível primário existente nas matas, evitando assim que ele cresça e
dificulte o controlo dos incêndios, já que as cabras comem praticamente de
tudo.
Esta opção silvo-pastoral,
considerada essencial pelo governo para a gestão de combustível florestal na
rede primária, será ainda acompanhada pela componente mecânica que
possibilitará o controlo dos incêndios. Pela primeira vez, segundo fontes
governamentais, Portugal terá uma directiva preventiva operacional no que diz
respeito aos fogos, uma vez que a única directiva operacional existente
reportava-se exclusivamente ao combate dos incêndios (casa roubada, trancas à
porta!).
Quanto às cabras,
espera-se que não passem de “sapadoras” a “tentadoras” e acabem numa rede de
distribuição a restaurantes ou venham a subsidiar churrascos em quintais
particulares. Nestas coisas de animais, devido ao dinheiro envolvido, porque as
cabras para se terem de pé não podem comer só mato e há alturas do ano em que nem ele abunda, ainda vai haver alguém que
vai enriquecer à conta do seu bucho, mormente com o Estado envolvido, parceiro
que tradicionalmente muito poucos hesitarão em não defraudar, depauperar e
roubar (as autarquias não costumam ter melhor sorte).
O uso das cabras no
contexto da prevenção dos incêndios é perfeitamente justificado, o que não se
justificará é que venham a aumentar as ainda hoje megalómanas despesas do
Estado, coisa fácil de acontecer se forem maioritariamente “estéreis” e tiverem
“altas taxas de mortalidade” que obriguem à aquisição constante de novos
animais. Também se virem o preço da sua comida desnecessariamente inflacionado
e forem por natureza destruidoras, ao ponto de obrigarem à permanente reparação
ou aquisição de cercas. Assim, deseja-se que as “cabras sapadoras” não venham a
engordar a corrupção que teima em nos largar, até porque a ideia é boa e a
comprová-lo estão milhares de anos.
Sem comentários:
Enviar um comentário