Assim como existem miúdos que desprezam os conselhos que lhe são dados, também subsistem condutores cinotécnicos acriançados, gente que atenta contra os procedimentos e que tendencialmente se mete por atalhos, quiçá por impulso incontrolável, por manifesta incapacidade ou obedecendo a sentimentos menos nobres – os chamados “chico-espertos”, chusma que atenta contra os mais elementares princípios pedagógicos e que normalmente opta pelo “desenrascanço”, segundo a sua experiência de vida e para além das leis do adestramento. Não trabalhando para chegar mais longe, atropelam as metas e buscam os objectivos, condenando os seus cães à incerteza e ao sub-rendimento, evoluindo na cinotecnia como se jogassem no “euromilhões”. Como o adestramento não subsiste sem o concurso do condicionamento, tudo nele é faseado, gradual e interligado, porque qualquer adaptação é fruto do trabalho anterior e pode obrigar ao retorno à 1ª fase. Tomemos com exemplo a passagem da condução à trela para a condução em liberdade. Primeiro alcançamos o “junto”, transitamos da persuasão para a hegemonia dos comandos verbais, depois pomos a trela aos ombros e sem tudo correr conforme o esperado, é chegada a altura de convidar o cão a seguir-nos em liberdade. Se o soltarmos sem qualquer garantia, bem depressa aprenderá a escapar-se, a jogar connosco ao “jogo do gato e do rato”, o que instalará vícios, atrasará o seu ensino e obrigará à tomada de medidas mais severas. Não andamos na escola pra ver se dá, frequentamo-la para que dê frutos. Fica o conselho, quem o aceitará?
sexta-feira, 16 de julho de 2010
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