Há quem tenha os cães em casa como se fossem toiros na lezíria, desgarrados pela propriedade, à vontade e a bel-prazer dos animais. Esta prática, fácil de encontrar no meio de gente sensível e amiga dos cães, pode ao mesmo tempo comprometer a relação binomial e fazer perigar a saúde dos seus fiéis companheiros, podendo inclusive concorrer para a sua eliminação. Os proprietários caninos que vivem em apartamentos, debaixo dos auspícios do confinamento, são normalmente mais zelosos dos seus cães que os instalados em moradias e quintas, considerando a coabitação obrigatória de uns e a tendência para o desleixe dos outros. Tanto o cão urbano como o rural encontram-se sujeitos a um sem número de perigos, ainda que diferenciados pelo particular de cada caso. Hoje trataremos dos cães instalados em moradias e quintas, porque todos os anos há quem lamente não ter sido informado. Para que o nosso préstimo seja mais objectivo, dividiremos o assunto em duas partes, dedicando a primeira aos cachorros e a segunda aos cães adultos, porque não podemos ignorar a contribuição ambiental para o bem-estar canino.
Criar cachorros é uma tremenda responsabilidade e criá-los à solta, sem qualquer tipo de policiamento, pode ser o pior dos disparates, porque jamais os muros das propriedades poderão garantir a sua salvaguarda ou proceder por si mesmos a sua adaptação, considerando a novidade dos perigos e a ausência de aviso. Qualquer cachorro confinado, independentemente do tamanho da área onde se encontre remetido, deve ser alertado para dois tipos de perigos: os existentes dentro da propriedade e os provenientes do exterior, para que não seja vítima de qualquer acidente doméstico, morra à mão dos envenenadores ou venha a ser roubado. É tarefa dos donos guardar ou suprimir todos os acessórios e produtos nocivos para os animais. As piscinas deverão permanecer tapadas e o seu acesso dificultado, os caixotes do lixo selados e arredados do seu alcance, as portas do fornecimento de gás deverão ficar trancadas e nenhum fio eléctrico deverá encontrar-se exposto. Os detergentes, os adubos e demais produtos químicos, também deverão ser acondicionados para além do alcance dos cachorros. Soltar um cachorro sem antes bater o território para onde irá, é entregá-lo à sorte e mal confiar na providência, porque algum incomodado vizinho maldoso pode apostar na sua eliminação.
Para além dos aspectos relativos à segurança dos cachorros (e não os enumerámos todos), há que considerar os ligados à construção do seu carácter, ao seu desenvolvimento cognitivo e ao seu viver social, factores indispensáveis à boa coabitação e à sua melhor prestação, que deverão ser acompanhados pelo robustecimento físico de acordo com o alcance das suas maturidades. Não havendo estes cuidados, os cachorros tornar-se-ão silvestres e de acordo com o seu perfil psicológico arredios ou prepotentes, não evidenciando assim os benefícios advindos da cumplicidade necessários à complementaridade, por receio da liderança ou pelo seu total desprezo. Mais tarde irá ser difícil atrelá-los, constitui-los em equipa e proceder ao seu transporte. Os cachorros criados isolados nos ecossistemas rurais, pela inacção da liderança e de acordo com o mundo ao seu redor, tendem a evoluir pelos instintos e a procurar outros alvos, segundo a sua experiência directa e abandono social, o que dificultará mais tarde qualquer condicionamento a haver. O desacompanhamento das suas maturidades (sexual e emocional) irá obrigar a um adestramento mais coercivo ou persuasivo, cujos resultados serão nitidamente inferiores aos alcançados pelo acompanhamento dos seus distintos ciclos de vida. Abandonar um cachorro num quintal pode implicar na perca definitiva do futuro cão, isto se esperarmos dele algum serviço específico.
Só por si, ter um cão solto num quintal ou numa quinta, nada garante em matéria de segurança, porque a ausência de preparo para a função vulnerabiliza o animal, tornando-o num alvo fácil, particularmente durante a privação dos seus donos. Se entendermos o cão como uma sentinela ou um polícia, facilmente compreendemos da sua necessidade de treino, já que os homens destinados às mesmas funções não o dispensam e só as executarão depois de devidamente preparados. Acresce ainda que, sendo o cão um animal irracional e não nascendo polícia, com maior facilidade será ludibriado, facto que hoje acontece vezes sem conta. Ele só deverá ser solto no quintal quando estiver alertado para os perigos, souber esconder-se e aparecer de surpresa, puder defender-se e contra-atacar. A inobservância destes requisitos transforma-o numa bola de um vulgar jogo de matraquilhos, contribuindo o confinamento para a sua eliminação. Ter um cão solto num quintal é uma tremenda responsabilidade e tem-se revelado uma grande irresponsabilidade, considerando o número daqueles que já foram (e continuam a ser) assassinados. Por esta razão, quando alguém vem para nos comprar um cachorro e nos diz que é para substituir outro que lhe mataram, dificilmente lhe satisfaremos o pedido.
Criar cachorros é uma tremenda responsabilidade e criá-los à solta, sem qualquer tipo de policiamento, pode ser o pior dos disparates, porque jamais os muros das propriedades poderão garantir a sua salvaguarda ou proceder por si mesmos a sua adaptação, considerando a novidade dos perigos e a ausência de aviso. Qualquer cachorro confinado, independentemente do tamanho da área onde se encontre remetido, deve ser alertado para dois tipos de perigos: os existentes dentro da propriedade e os provenientes do exterior, para que não seja vítima de qualquer acidente doméstico, morra à mão dos envenenadores ou venha a ser roubado. É tarefa dos donos guardar ou suprimir todos os acessórios e produtos nocivos para os animais. As piscinas deverão permanecer tapadas e o seu acesso dificultado, os caixotes do lixo selados e arredados do seu alcance, as portas do fornecimento de gás deverão ficar trancadas e nenhum fio eléctrico deverá encontrar-se exposto. Os detergentes, os adubos e demais produtos químicos, também deverão ser acondicionados para além do alcance dos cachorros. Soltar um cachorro sem antes bater o território para onde irá, é entregá-lo à sorte e mal confiar na providência, porque algum incomodado vizinho maldoso pode apostar na sua eliminação.
Para além dos aspectos relativos à segurança dos cachorros (e não os enumerámos todos), há que considerar os ligados à construção do seu carácter, ao seu desenvolvimento cognitivo e ao seu viver social, factores indispensáveis à boa coabitação e à sua melhor prestação, que deverão ser acompanhados pelo robustecimento físico de acordo com o alcance das suas maturidades. Não havendo estes cuidados, os cachorros tornar-se-ão silvestres e de acordo com o seu perfil psicológico arredios ou prepotentes, não evidenciando assim os benefícios advindos da cumplicidade necessários à complementaridade, por receio da liderança ou pelo seu total desprezo. Mais tarde irá ser difícil atrelá-los, constitui-los em equipa e proceder ao seu transporte. Os cachorros criados isolados nos ecossistemas rurais, pela inacção da liderança e de acordo com o mundo ao seu redor, tendem a evoluir pelos instintos e a procurar outros alvos, segundo a sua experiência directa e abandono social, o que dificultará mais tarde qualquer condicionamento a haver. O desacompanhamento das suas maturidades (sexual e emocional) irá obrigar a um adestramento mais coercivo ou persuasivo, cujos resultados serão nitidamente inferiores aos alcançados pelo acompanhamento dos seus distintos ciclos de vida. Abandonar um cachorro num quintal pode implicar na perca definitiva do futuro cão, isto se esperarmos dele algum serviço específico.
Só por si, ter um cão solto num quintal ou numa quinta, nada garante em matéria de segurança, porque a ausência de preparo para a função vulnerabiliza o animal, tornando-o num alvo fácil, particularmente durante a privação dos seus donos. Se entendermos o cão como uma sentinela ou um polícia, facilmente compreendemos da sua necessidade de treino, já que os homens destinados às mesmas funções não o dispensam e só as executarão depois de devidamente preparados. Acresce ainda que, sendo o cão um animal irracional e não nascendo polícia, com maior facilidade será ludibriado, facto que hoje acontece vezes sem conta. Ele só deverá ser solto no quintal quando estiver alertado para os perigos, souber esconder-se e aparecer de surpresa, puder defender-se e contra-atacar. A inobservância destes requisitos transforma-o numa bola de um vulgar jogo de matraquilhos, contribuindo o confinamento para a sua eliminação. Ter um cão solto num quintal é uma tremenda responsabilidade e tem-se revelado uma grande irresponsabilidade, considerando o número daqueles que já foram (e continuam a ser) assassinados. Por esta razão, quando alguém vem para nos comprar um cachorro e nos diz que é para substituir outro que lhe mataram, dificilmente lhe satisfaremos o pedido.
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