Fazer buracos é uma actividade típica dos cães e quase comum a todos eles. Talvez o acto seja atávico, já que alguns enterram sobras de alimentos, ocultam brinquedos ou procuram pequenos animais. A experiência ensinou-nos que esse escavar deve ser aproveitado e estimulado, tornando-se indispensável ao Salvamento, ao Resgate e às Manobras de Evasão. Consideram-se Manobras de Evasão as desenvolvidas pelos cães afim de se soltarem, quando roubados, raptados, ludibriados ou encarcerados e intentam voltar para casa. O ensino do “escavar” é fácil porque resulta do aproveitamento de uma resposta natural. Porém, a acção precisa de ser codificada e ter um comando próprio, porque só assim se poderá transitar da sua origem instintiva para o seu aproveitamento, o que muito valerá aos cães e ao socorro dos donos, pressupondo a sobrevivência de ambos. Começamos por enterrar um brinquedo e solicitamos ao cão que o desenterre, juntando de imediato o comando inerente à acção. Depois da assimilação do comando, quando o cão já escavar debaixo de ordem e desnecessitar da ocultação de qualquer objecto, aqui compensado pelo recurso à recompensa, evoluiremos dos pisos mais soltos para os mais duros até à construção de um túnel de evasão. É desejável iniciar este trabalho nas areias fluviais ou marítimas, porque se torna mais fácil e os cães vivem da experiência adquirida. O “escavar”, quando associado aos vários subsídios direccionais, possibilitará, para além da libertação do cão e do resgate do dono, acções binomiais típicas de outras áreas que o adestramento clássico não dispensa. Considerando a presença da claustrofobia nalguns indivíduos, raças ou grupos somáticos, é de todo conveniente que o ultrapassar de túneis e mangas anteceda a acção de escavar.
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