sexta-feira, 16 de julho de 2010

Caderno de Ensino: XX. O "nadar"

Ao contrário do que se pensa, nem todos os cães sabem nadar, pelo menos correctamente, correndo sério risco de morrerem afogados. O nadar parcial ou impróprio, caracterizado pelo chapinhar das mãos acima da linha da água, é um movimento que provoca a exaustão e que impede a progressão pra diante, obrigando os animais a uma evolução mais ou menos circular. Existem raças naturalmente anfíbias, que se sentem como peixe dentro de água, o que não quer dizer que todos os indivíduos a elas pertencentes, só por causa disso, sejam excelentes nadadores, mesmo que apresentem membranas interdigitais bastante proeminentes. Diferentes grupos somáticos têm diferentes prestações natatórias e todos necessitam de aprender a nadar correctamente, com a totalidade dos membros a laborar debaixo de água. Para que isso aconteça é necessário levar os cães para profundidades onde não tenham pé, mas que permitam o caminhar dos seus condutores. Depois, com o auxílio da trela que os rebocará para diante e que os impedirá de se empoleirarem, procederemos ao seu condicionamento, primeiro em pequenas distâncias e depois noutras maiores. É tolice jogar uma bola para dentro de água e esperar que o cão aprenda a nadar por si mesmo. Primeiro ensina-se o cão a nadar e só depois se jogará a bola ou outro brinquedo, porque uma má experiência aumenta a resistência ao exercício e pode constituir-se em trauma prò animal.

Depois do condicionamento desejado, convidá-lo-emos para nadar ao nosso lado, até que por fim o deixaremos nadar sozinho, exigindo-lhe todos os automatismos direccionais próprios da condução nas suas 3 linguagens, 2 modos e 3 tipos (linguagem, verbal, gestual e sonora, modos atrelado e em liberdade, tipos linear, dinâmico e nuclear). Quando o cão já souber nadar e mostrar excelente aptidão para isso, caso seja esse o nosso objectivo, podemos transformá-lo em cão de salvamento, ensinando-o a resgatar tudo dentro de água, quer se encontre à superfície ou submerso. É por demais evidente que temos que o ensinar a mergulhar e de preferência em espiral. No salvamento de pessoas, que resulta do transporte de brinquedos que vão mudando gradualmente de forma e de peso, recorre-se por vezes ao resgate de um boneco de tamanho e peso idênticos ao das pessoas, um “dummy” que tanto pode flutuar como submergir. Em abono da boa capacitação canina, deveremos evoluir das lagoas para os rios e destes para o mar, considerando a aumento das dificuldades e a certeza das respostas. A introdução à natação deve considerar a temperatura das águas, porque abaixo dos 15º centígrados pode atentar-se contra a saúde dos cães. Ainda que um Labrador Retriever possa ser um cão de salvamento aquático, convém usar raças de maior porte para a tarefa, com idênticos predicados e superior força física. Ensinar um cão a nadar é obrigatório, porque isso pode salvar-lhe a vida.

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