quinta-feira, 1 de julho de 2010

O pai é doido e a mãe é maluca

A frase que introduz esta reflexão é da autoria de um homem já falecido, um boémio irreflectido de que poucos têm memória, mas encaixa às mil maravilhas naquilo que tem sido o eugenismo negativo presente na canicultura, já que o homem continua a aproveitar o que a selecção natural rejeita, perpetuando raças que não sobreviveriam por si mesmas e que dão forma à sua loucura, fazendo as delícias de muitos, alheios a tal disparate. E nesta galeria de horrores, cujos corredores parecem não ter fim, procura-se a agressividade desmedida, o cão fratricida e todo um conjunto de aberrações morfológicas, sem se aquilatar do bem-estar canino e da sua salvaguarda, como se os cães fossem personagens fictícias dum filme de terror. Graças a isso temos hoje cães marrecos, cabeçudos, pernaltos, de focinho achatado, uns quase sem pernas e outros sem pelo. Mas a manipulação genética operada pelo homem sobre os cães não se esgota aqui, vai mais longe e aposta firmemente na produção de indivíduos ferozes e anti-sociais. Um cão sempre será mais económico que um leão e dificilmente morderá no dono! Até quando continuaremos assim? Até ao extermínio dos cães?

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